sábado, 29 de outubro de 2022

Destruição da Amazônia e o voto de amanhã: ritmo de desmatamento caiu 67% nos governos Lula e cresceu 73% na atual gestão

Ex-presidente recebeu em 2003 ‘herança’ de área devastada alta, mas em 2010 esta recuou para 7 mil km2; já em 2021, floresta perdeu 13 mil km2

Desmatamento da Amazônia no 1º semestre de 2022 foi quase 3 vezes maior do que o registrado no mesmo período em 2017. IMAGEM: Lilo Clareto/Divulgação

Não sem razão a pressão internacional pela vitória de Lula amanhã (30 de outubro) se intensificou nos últimos dias, culminando com o vídeo em defesa da Amazônia, divulgado pelo New York Times. O mais influente jornal do mundo diz que “a eleição brasileira é o dia mais importante para a sobrevivência do planeta”.

Podem dar um Google e checar: nos 13 anos de governos Lula e Dilma, a taxa de desmatamento anual diminuiu 78%! Mas, e a área total desmatada nos 3 primeiros anos de governo do PT? Não foi maior do que no triênio 2019-2021? Realmente foi, porque a devastação da floresta crescia em ritmo forte nos anos anteriores a 2003. Vejam os dados.

Área desmatada na Amazônia desde que o petista assumiu seu primeiro mandato, em 2003, até 2021. FONTE: Inpe

A área desmatada em 2003 foi de 25,3 mil km2, subiu para 27,7 mil km2 em 2004 e, a partir de 2005, sofreu uma redução consistente até alcançar 4,5 mil km2 em 2012, menor valor já registrado da série histórica iniciada em 1988.

Mas, o que de fato importa para a salvação da Amazônia é a tendência da taxa de desmate, que só aumenta desde 2017. Vejam o que aconteceu nos 3 primeiros anos do atual governo: o desmatamento avançou 40% em 2019, mais 7% em 2020 e mais 20% em 2021!

Taxa de desmatamento da Amazônia sob governos dos últimos quatro presidentes: Lula (2003-2010), Dilma (2011-2015), Temer (2016-2017), B.* (2018-2021). FONTE: Inpe

Em termos absolutos, a área desmatada em 2019 foi de 10,1 mil km2, subindo para 10,8 mil km2 em 2020 e para 13 mil km2 em 2021. Tudo indica que a devastação da floresta em 2022 será alta, uma vez que as medições de “áreas sob alerta de desmatamento” acumuladas desde o começo do ano somaram 9.277 km2 em 21 de outubro.

Estes dados, divulgados ontem (28) pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), fazem parte de uma nova série de medições, iniciadas em 2015. É a pior marca da série anual do Deter – sistema de detecção de Desmatamento em Tempo Real.

O índice é computado no período completo do chamado ano civil (de janeiro a dezembro). Seu valor acumulado, faltando mais de dois meses para o fim do ano, já superou os 9.178 kmde 2019, maior área de alerta de desmate registrada até então.

“Esses dados do Deter infelizmente não surpreendem, porque já vínhamos acompanhando os números. Nosso grande desafio é saber como reverter isso. O Brasil pode cumprir suas metas climáticas apenas parando o desmatamento, sem afetar seu PIB. Este é um desmatamento ligado à grilagem e atividades ilegais, que não geram crescimento econômico nem distribuição de renda”, reage Mariana Napolitano, gerente de ciências do WWF-Brasil.

“O sol sanguíneo produzido pelas queimadas é um sol vermelho, um sol sinistro, de uma beleza cruel... é um sol apavorante este que é produzido pelos incêndios criminosos. Não há nada mais horroroso, acreditem, do que ver uma floresta e com ela um mundo de seres vivos queimando juntos”. Eliane Brum, agraciada com o Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog, em discurso no último dia 25.

“Se Bolsonaro se reeleger no domingo, a Amazônia vai acabar. Ele matou 2 bilhões de árvores em menos de 4 anos. A floresta já chegou a 20% de desmatamento e o ‘ponto sem retorno’ previsto pelos cientistas é entre 20 e 25%. Se a Amazônia acabar, as crianças de todos os que estão aqui e do outro lado do mundo terão um futuro hostil. Esta não é a eleição mais importante da vida dos brasileiros, é uma eleição crucial para o planeta”, conclui Brum.

Fontes: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-63290268?fbclid=IwAR2Ey_zIrfoMUrsx7i7INpy34LiEZdh6qsKWJwYH7pbotx0KMswDqZGZ_5s

https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2022/10/28/amazonia-2022-ja-tem-pior-marca-da-serie-historica-de-alertas-de-desmate-do-inpe.ghtml

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