sexta-feira, 25 de março de 2011

Energia solar no Brasil: quase um milhão de metros quadrados de coletores instalados em 2010

Indústria de aquecimento solar cresce 21%, diz Dasol

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Dados divulgados pelo Departamento Nacional de Aquecimento Solar (Dasol) da Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento) apontam para um crescimento vigoroso do setor de tecnologia termossolar no ano passado.

Em 2010, foram produzidos 976 mil m2 de coletores solares, a maior área anual já registrada, um avanço de 21,1% em relação a 2009. Em 70% das indústrias de tecnologia termossolar o crescimento da produção superou os 20% no período.

Quase 76% de todos os equipamentos de aquecimento solar foram comercializados no Sudeste; no Centro-Oeste a parcela do mercado foi de 11% e na região Sul 9%, em números redondos.

Pelo levantamento do Dasol, o território brasileiro conta atualmente com 6,24 milhões de metros quadrados de coletores solares, o que equivale a 32,5 m2 para cada mil habitantes, ou menos de 2% de todas as casas.

No Brasil, o mercado de energia solar térmica experimentou um grande avanço nos últimos dez anos, como é mostrado no gráfico abaixo. A área total de coletores solares aumentou 27 vezes no período.

FONTE: Dasol/Abrava

Ainda assim, a penetração da energia solar térmica em nosso país é muito baixa, se comparada à de outros países; em Chipre, por exemplo, 90% das casas dispõem de coletores solares.

Na Alemanha – país que tem uma incidência de radiação solar pífia comparada à do Brasil – foram instalados 1.150.000 m2 de coletores solares em 2010; o país tem uma área total de coletores de 14 milhões de metros quadrados.

Neste e em outros países, como Grécia, Áustria e Israel, os coletores solares competem diretamente com sistemas convencionais de aquecimento, mas o mercado solar térmico só se tornou atraente nesses países impulsionado por programas de incentivo.

A Alemanha domina o mercado europeu, com cerca de 40% do total de coletores solares comercializados em 2009, amparado por um gigantesco programa de subvenção direta, o MAP (“Marktanreizprogramm”).

Outros países europeus, como França e Espanha, também contaram com incentivos governamentais, como é mostrado no gráfico abaixo, que indica a evolução da área total de coletores, de 1999 a 2009.

FONTE: http://www.newsflip.com.br/pub/abravadasol/index.jsp?edicao=1785

Como se vê pelas curvas, apesar da quase inexistência de incentivo para fomentar esse tipo de tecnologia em nosso país, o Brasil teve uma taxa de crescimento na área instalada similar à da França, de 2001 a 2008.

As inflexões que se observam nas curvas de evolução dos outros quatro países – especialmente no caso da Alemanha, onde são bem acentuadas – podem ser atribuídas a interrupções ou mudanças nos programas de incentivo e à expectativa do mercado em relação a essas alterações.

Apesar do grande potencial ainda não explorado da energia solar em nosso país,  o Brasil já é o quarto maior mercado mundial de coletores solares, segundo o Renewables 2010 Global Status Report, atrás de China, Alemanha e Turquia, e à frente da Índia. Na China (dados de 2009) a estimativa é que, no final de 2010, o país tenha alcançado a marca de 150 milhões de metros quadrados instalados em seu território.

Para se massificar o uso de aquecedores solares no Brasil, é necessário a implementação de políticas públicas consistentes e duradouras, através de programas nacionais de incentivo à produção e ao financiamento da comercialização.

Iniciativas como a obrigatoriedade do aquecimento solar nas habitações do Programa Minha Casa, Minha Vida, aliada à exigência de um selo de qualidade dos equipamentos (programa de etiquetagem do Inmetro), podem impulsionar o mercado e, porque não, em médio prazo aumentar a participação da energia solar em nossa matriz energética. 

Fonte: http://www.dasolabrava.org.br/termossolar-um-mercado-quente/

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