Ex-presidente
recebeu em 2003 ‘herança’ de área devastada alta, mas em 2010 esta recuou para
7 mil km2; já em 2021, floresta perdeu 13 mil km2
Não sem razão a pressão internacional
pela vitória de Lula amanhã (30 de outubro) se intensificou nos últimos dias,
culminando com o vídeo em defesa da Amazônia, divulgado pelo New York Times. O
mais influente jornal do mundo diz que “a eleição brasileira é o dia mais
importante para a sobrevivência do planeta”.
Podem dar um Google e checar: nos 13 anos de governos Lula e Dilma, a taxa de desmatamento anual diminuiu 78%! Mas, e a área total desmatada nos 3 primeiros anos de governo do PT? Não foi maior do que no triênio 2019-2021? Realmente foi, porque a devastação da floresta crescia em ritmo forte nos anos anteriores a 2003. Vejam os dados.
A área desmatada em 2003 foi
de 25,3 mil km2, subiu para 27,7 mil km2 em 2004 e, a
partir de 2005, sofreu uma redução consistente até alcançar 4,5 mil km2
em 2012, menor valor já registrado da série histórica iniciada em 1988.
Mas, o que de fato importa
para a salvação da Amazônia é a tendência da taxa de desmate, que só aumenta
desde 2017. Vejam o que aconteceu nos 3 primeiros anos do atual governo: o
desmatamento avançou 40% em 2019, mais 7% em 2020 e mais 20% em 2021!
Em termos absolutos, a
área desmatada em 2019 foi de 10,1 mil km2, subindo para 10,8 mil km2
em 2020 e para 13 mil km2 em 2021. Tudo indica que a devastação da
floresta em 2022 será alta, uma vez que as medições de “áreas sob alerta de
desmatamento” acumuladas desde o começo do ano somaram 9.277 km2 em
21 de outubro.
Estes dados, divulgados
ontem (28) pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), fazem parte de uma
nova série de medições, iniciadas em 2015. É a pior marca da série anual do Deter
– sistema de detecção de Desmatamento em Tempo Real.
O índice é computado no período completo do chamado ano civil (de janeiro a dezembro). Seu valor acumulado,
faltando mais de dois meses para o fim do ano, já superou os 9.178 km2 de 2019, maior área de alerta de desmate registrada até então.
“Esses dados do Deter infelizmente
não surpreendem, porque já vínhamos acompanhando os números. Nosso grande
desafio é saber como reverter isso. O Brasil pode cumprir suas metas climáticas
apenas parando o desmatamento, sem afetar seu PIB. Este é um desmatamento
ligado à grilagem e atividades ilegais, que não geram crescimento econômico nem
distribuição de renda”, reage Mariana Napolitano, gerente de ciências do
WWF-Brasil.
“O sol sanguíneo produzido
pelas queimadas é um sol vermelho, um sol sinistro, de uma beleza cruel... é um
sol apavorante este que é produzido pelos incêndios criminosos. Não há nada
mais horroroso, acreditem, do que ver uma floresta e com ela um mundo de seres
vivos queimando juntos”. Eliane Brum, agraciada
com o Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog,
“Se Bolsonaro se reeleger
no domingo, a Amazônia vai acabar. Ele matou 2 bilhões de árvores em menos de 4
anos. A floresta já chegou a 20% de desmatamento e o ‘ponto sem retorno’
previsto pelos cientistas é entre 20 e 25%. Se a Amazônia acabar, as crianças de
todos os que estão aqui e do outro lado do mundo terão um futuro hostil. Esta
não é a eleição mais importante da vida dos brasileiros, é uma eleição crucial
para o planeta”, conclui Brum.
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