segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Aquecimento global: qual a importância da COP26 e o que esperar dela?

Próxima conferência mundial sobre o clima acontece dias após anúncio do aumento recorde da concentração de CO2 atmosférico; o que esperar concretamente dos países mais poluidores?

IMAGEM: Getty/BBC https://www.bbc.com/afrique/monde-58970767

Às vésperas de mais uma cúpula climática global, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) anunciou nesta segunda-feira (25) que a taxa de aumento anual do CO2 equivalente despejado na atmosfera em 2020 foi “superior à média da última década”; sua concentração superou a marca de 413 ppm (partes por milhão).

Apesar da pandemia de Covid-19 ter reduzido drasticamente a atividade econômica no ano passado, a quantidade de gases de efeito estufa -responsáveis pelo aquecimento global- emitidos atingiu 149% do nível pré-industrial, ou seja, uma concentração 2,5 vezes maior do que há 150 anos.

Mudança climática: degradação de permafrost do Ártico representa ‘riscos bioquímicos emergentes’, diz estudo

Além de emitir gases de efeito estufa, degelo acelerado na região pode liberar patógenos altamente nocivos à saúde humana

Pergelissolo no Ártico canadense. “O permafrost é uma condição térmica, cuja formação, persistência e degradação dependem fortemente do clima”: https://www.campbellsci.com.br/canadian-permafrost

A criosfera da Região Ártica está entrando em colapso e apresenta riscos ambientais superpostos. É o que diz o artigo Emergent Biochemical Risks from Arctic Permafrost Degradation, publicado no mês passado na revista Nature Climate Change.

“O degelo do pergelissolo (permafrost), em particular, ameaça liberar materiais biológicos, químicos e radiativos sequestrados durante dezenas a centenas de milhares de anos”, diz a publicação.

terça-feira, 19 de outubro de 2021

Mudança climática: mais de 99,9% dos estudos afirmam que atividade humana é causa principal

Nova pesquisa amplia ainda mais universo de estudos climáticos que apontam ação antrópica como determinante no aquecimento global

“A mudança climática é uma farsa”. Ideia de que aquecimento global se deve a fenômenos naturais tornou-se mito aos olhos da Ciência do século XXI

Artigo publicado hoje na revista Environmental Research Letters atualiza uma publicação de 2013, que trazia uma concordância de 97% entre estudos climáticos revisados por pares, mostrando que a mão do homem está mudando o clima. Agora essa concordância atinge praticamente 100%.

O resultado da pesquisa de 8 anos atrás considerou trabalhos publicados em revistas internacionais com corpo editorial, entre 1991 e 2012. Já a análise da compilação de textos científicos divulgada hoje, refere-se a estudos publicados entre 2012 e 2020.

domingo, 17 de outubro de 2021

Amazônia: um bem comum da humanidade ou território livre para exploração extrativista e do agronegócio?

Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas reconhece como direito fundamental o acesso a um meio ambiente seguro, limpo, saudável e sustentável

Mulher da tribo Ianomâmi extrai de uma árvore casca medicinal. FOTO: William Milliken

A emenda proposta pelo governo brasileiro ao Conselho da ONU visando flexibilizar a proteção e a sustentabilidade ambiental foi rechaçada na sessão que aprovou, no último dia 8, a declaração de um novo direito humano, que vai de encontro à urgência climática planetária.

Sob tutela militar oficiosa, altamente influenciada pelo negacionismo climático e a pretexto de uma “soberania nacional”, a missão brasileira tentou incluir na resolução da ONU uma cláusula que daria autonomia “a cada Estado sobre seus recursos naturais”.

sábado, 16 de outubro de 2021

‘É preciso legislar para a vida e criar uma sociedade biocêntrica’, diz ambientalista colombiano de 12 anos, Francisco Javier Vera Manzanares

Vídeo divulgado em 26 de setembro de 2021 pelo Canal Youtube Soy Tribu

Aquecimento global: ‘progresso de energias limpas no mundo é ainda muito lento’, diz AIE

Em relatório recente, Agência Internacional de Energia diz que avanços de energia solar e eólica e de veículos elétricos são insuficientes para almejar neutralidade de carbono em 2050

http://nucleaire-nonmerci.net/actualite/voiture-electrique-solaire.html

Considerado a bíblia do setor de energia, o relatório da AIE “World Energy Outlook” (WEO) publicado no último dia 13 apresenta cenários de produção e consumo de energia a médio e longo prazos.

“O desenvolvimento de energias renováveis avança ainda muito devagar para reduzir as emissões globais [de gases de efeito estufa] de modo sustentável para zerar as emissões líquidas, o que indica uma necessidade de ações claras e ambiciosas por parte dos governos”, alerta Faith Birol, diretor executivo da AIE.

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Aquecimento global: 9 países entre os 20 maiores emissores de metano assumem compromisso de redução

Em reunião preparatória para a COP26, vice-presidente da Comissão Europeia diz que ‘melhor estratégia para enfrentar mudança climática é reduzir rapidamente emissões globais de CH4’

Forçagem radiativa – evolução de 1979 a 2010. Adaptado de https://www.futura-sciences.com/planete/definitions/climatologie-forcage-radiatif-10242/

Em escala secular, o gás metano (CH4) tem um poder de aquecimento atmosférico quase 30 vezes maior que o CO2. Responde por 1/3 do chamado “efeito estufa” natural e 17% das emissões antrópicas, ante 65% do CO2.

No mês passado, um conjunto de países responsáveis pela maior parte do CH4 liberado na atmosfera se comprometeu em reduzir as emissões deste gás.

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Destruição da floresta Amazônica pode gerar calor extremo para metade dos habitantes da região, diz estudo

Pesquisadores simulam savanização do maior bioma tropical do planeta ao horizonte de 2100; resultados são catastróficos para saúde humana e clima global

https://www.dw.com/pt-br/processo-de-savaniza%C3%A7%C3%A3o-da-amaz%C3%B4nia-j%C3%A1-come%C3%A7ou/a-58809139

Mais de 11 milhões de pessoas que vivem na Amazônia Legal, ou cerca de 50% de sua população, podem ser afetadas pelo calor extremo gerado pelo desmatamento.

É o que diz o estudo Deforestion and climate change are projected to increase heat stress risk in the Brazilian Amazon, publicado hoje na revista Nature, de autoria dos brasileiros Beatriz Oliveira, Marcus Bottino, Paulo Nobre e Carlos Nobre.