Três
propostas da geoengenharia para conter o aquecimento climático: 1) instalação
de refletores espaciais na órbita terrestre; 2) injeção de aerossóis na atmosfera; 3) refletores
terrestres para aumentar o albedo (parcela da radiação solar refletida)
Adaptado
de http://actu-chemtrails.over-blog.com/article-le-cfr-parle-geo-ingenierie-61804646.html
A
geoengenharia foi sem dúvida o tema mais polêmico tratado na primeira parte do
relatório do painel da ONU sobre mudança climática (IPCC), divulgado na última
sexta-feira.
Ela
envolve técnicas que visam resfriar artificialmente a Terra; ainda restritas a
laboratórios, inspiram projetos dignos da ficção científica.
Como
era de se esperar, os cientistas do IPCC reforçaram a ideia de que o clima está
cada vez mais a mercê das atividades humanas.
Afirmam
‘com mais de 95% de certeza’ que é o homem o maior responsável pela mudança
climática e pela intensificação de fenômenos extremos que ameaçam o planeta. No
relatório anterior (de 2007) esta convicção era de 90%.
É
verdade que nos últimos 15 anos o aquecimento vem ocorrendo em doses muito
pequenas (0,05ºC por década), num ritmo bem menor do que o observado nos últimos
70 anos, quando a temperatura global aumentou em média 0,12ºC por década. O
degelo e o nível do mar também não param de crescer, no pior cenário, deve
subir quase 1 metro até 2100.
Mas
será que para combater os inelutáveis mecanismos de “retroação” (efeitos da mudança
climática agindo como suas próprias causas) identificados pela ciência a
manipulação deliberada do clima ajudaria?
A
chamada geoengenharia pretende, por um lado, desenvolver dispositivos gigantescos
que permitam reduzir a radiação incidente, refletindo os raios de sol de volta
ao espaço antes que atinjam a atmosfera.
Por
outro lado, vislumbra técnicas que possibilitem retirar CO2 do ar e armazená-lo
em reservatórios oceânicos, no subsolo ou em forma de biomassa,
reduzindo assim o efeito estufa causador do aquecimento atmosférico.
“Precisamos
avaliar os fundamentos dessas tecnologias e seu efeito sobre o ciclo do
carbono; considerando a escassez de literatura sobre o tema, optamos por
indicar um baixo grau de confiança para o conjunto dos resultados disponíveis”,
declarou (em entrevista ao jornal francês Libération)
Philippe Ciais, um dos 259 autores do 1º volume do relatório IPCC.
Apesar
do ceticismo do conjunto de cientistas do Painel da ONU, experiências de
geoengenharia em escala laboratorial se multiplicam, com apoio governamental, principalmente
nos Estados Unidos.
O
pai da Boma H e árduo defensor do projeto “guerra nas estrelas”, Edward Teller,
já preconizava em 1997 a instalação de “canhões de aerossóis” em torno da
Terra, para simular o efeito semelhante ao de erupções vulcânicas, fazendo
refletir os raios solares e, assim, reduzir a temperatura global.
Essa
técnica, no entanto, pode engendrar como efeito colateral chuvas ácidas,
adverte o climatólogo francês Hervé le Traut. “O sistema climático é muito complexo
e frágil; o recurso à injeção de aerossóis causaria aquecimento localizado em
certas regiões durante o inverno, e resfriamento em outras”, explica le Traut.
Além
de desequilíbrios locais no clima, essas partículas artificiais poderiam prejudicar
a saúde humana. Na química dos aerossóis, estão produtos altamente tóxicos como
o alumínio e o bário, que podem causar diversos distúrbios orgânicos e doenças (mal
de Alzheimer, arritmias, hipertensão arterial, problemas digestivos, etc.).
Outra
possibilidade da geoengenharia, para reduzir a quantidade de radiação solar que
atinge a atmosfera, seria colocar em torno da órbita terrestre megaparassóis,
aparatos refletores da luz solar. Imaginem o tamanho de uma “engenhoca”
dessas, como seria o seu controle, o custo estratosférico de um tal projeto...
Na
seara de redução do gás carbônico, um dos mecanismos propostos pela geoengenharia
é injetar nos oceanos fertilizantes à base de ferro, para intensificar a reprodução
de fitoplanctons, principal sumidouro de CO2. Segundo
especialistas, esta técnica provocaria alterações no ciclo das águas e poderia
aumentar a acidificação dos oceanos, ameaçando a vida marinha.
Em
qualquer dos casos, a geoengenharia global, em escala planetária, por ora representa
apenas concepções que incitam muito mais dúvidas do que certezas, acerca dos efeitos
colaterais e de sua eficácia sobre o frágil ecossistema terrestre.
Fica muito mais barato e eficaz planejar uma politica energética e indiustrial.
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