http://www.lnt.ma/actualites/les-travaux-du-giec-sur-le-rechauffement-climatique-souvrent-a-stockholm-85976.html
A
quinta edição do relatório do IPCC terá sua primeira parte divulgada na próxima
sexta-feira, no encerramento da reunião de um grupo de cientistas do painel, iniciada hoje na capital
sueca.
O
documento está baseado “em milhões de medições feitas na atmosfera, no solo,
nos glaciais e no espaço, permitindo uma visão sem precedente e imparcial da
evolução do clima global”, afirmou um dos signatários, Thomas Stocker.
Após
o rotundo fracasso da última conferência mundial, realizada em Copenhague em 2009,
marcada pelas falhas técnicas do relatório de 2007, o presidente do IPCC
Rajendra Pachauri garante que “as provas científicas da mudança climática tem
se reforçado a cada ano, deixando pouca margem de dúvida”.
Mesmo
congregando uma quantidade significativa de especialistas (em climatologia, oceanografia,
glaciologia) do mundo todo, o IPCC tem sido contestado por parte da comunidade
científica, a cada novo relatório publicado.
Entre
os chamados “céticos do clima”, está o físico francês François Gervais, que
acaba de lançar o livro L’innocence du carbone
- l’efffet de serre remis en question
(“A inocência do carbono – o efeito estufa questionado”; Paris: Albin Michel,
2013).
Com
base em dados do próprio IPCC, Gervais coloca em dúvida o papel decisivo do CO2
antrópico sobre o clima global. “Um aumento do CO2 não terá uma influência
expressiva, mensurável, sobre a temperatura do planeta”, defende Gervais.
De
acordo com o físico francês, medidas da temperatura do solo nos últimos 17 anos
mostraram que seu valor permaneceu constante, enquanto que no mesmo período o
homem foi responsável por 1/3 do CO2 atmosférico emitido desde o final do
século XIX. “É o CO2 que segue a temperatura; tomaram uma consequência por uma
causa”, finaliza.
Para o cientista climático Peter Hildebrand, diretor da Divisão de Ciências da Terra da NASA, até a Revolução Industrial, era a temperatura que determinava o teor de CO2 atmosférico; a partir da Revolução Industrial, o CO2 passou a controlar a temperatura do planeta.
Essa primeira parte do 5º relatório do IPCC (Grupo de Trabalho 1) deverá reforçar a tese da influência do homem sobre o clima, a intensificação de fenômenos extremos e revisar previsões para a temperatura global e a elevação do nível do mar.
Essa primeira parte do 5º relatório do IPCC (Grupo de Trabalho 1) deverá reforçar a tese da influência do homem sobre o clima, a intensificação de fenômenos extremos e revisar previsões para a temperatura global e a elevação do nível do mar.
As
projeções serão apresentadas em dois capítulos, até e após 2050. O primeiro será centrado nos aspectos
regionais da alteração climática; o segundo abordará irreversibilidades de
longo prazo, incluindo a formação de nuvens, análise de aerossóis e transferências
radiativas.
O
documento completo será apresentado em mais três etapas. A próxima está
prevista para março de 2014 (GT-2), em Yokohama, Japão, e versará sobre as
consequências e riscos da mudança do clima para o meio ambiente e as sociedades
humanas.
A
terceira etapa da divulgação (GT-3) ocorrerá em abril (em Berlim), e focará os
meios de mitigação dos riscos, pelo controle da emissão de gases de efeito
estufa, e adaptação a uma atmosfera com maior teor de CO2.
Finalmente,
um relatório síntese será apresentado em outubro (em Copenhague), e servirá de
base para a 21ª Conferência do Clima da ONU, que acontece em 2015 em Paris.
O
Brasil é representado no IPCC pelo grupo de especialistas do Painel Brasileiro
de Mudanças Climáticas (PBMC). O levantamento de dados nacionais – divulgado
pelo PBMC recentemente, em São Paulo – mostra um aumento das emissões no
setor de energia, responsável por quase 1/3 dos gases de efeito estufa gerados no
país.
No
período de avaliação, de 2005 a 2010, a produção de energia dobrou
suas emissões, passando de 16% para 32%, embora quase 87% da nossa matriz
elétrica em 2010 tenha sido de origem renovável.
O
setor agropecuário foi o que mais emitiu (35% do total, ante 20% em 2005). Em terceiro lugar está o uso de solos e florestas (queimadas), com 22%
das emissões totais, ante 57% em 2005.
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