"Não há nada de científico, e sim de ideológico, na proibição do uso médico da maconha." Elisaldo Carlini, médico e especialista em psicofarmacologia, professor da Escola Paulista de Medicina (da Unifesp) desde 1970.
Prof. Elisaldo Carlini

Ambos utilizam o princípio ativo da planta Cannabis sativa: o delta-9-THC. São usados para reduzir dores neuropáticas, náusea e vômito provocados pela quimioterapia do câncer, no tratamento de esclerose múltipla, entre outras doenças graves.
Cannabis sativa

A obtenção dessa qualidade de medicamento se deve muito às pesquisas realizadas nas décadas de 1970 e 1980, na EPM/Unifesp, pela equipe do Dr. Elisaldo Carlini, quem pioneiramente comprovou a melhoria do efeito terapêutico da maconha, ao se mesclar substâncias produzidas por diferentes cepas da planta. "Mas nunca conseguimos tirar nada de positivo desses trabalhos aqui no Brasil para gerar algum produto", lamenta o professor Carlini.
Décadas de pesquisa brasileira, de dedicação de nossos melhores cérebros em psicofarmacologia, para comprovar que a maconha pode gerar produtos importantes para a medicina, diz o especialista. E nenhum resultado prático para o país. Apenas para a indústria farmacêutica de países ricos.
Segundo o Dr. Carlini, são os próprios médicos que tem impedido o licenciamento do delta-9-THC como medicamento para combater os efeitos colaterais da quimioterapia e para aliviar dores em pacientes terminais. Para o professor e pesquisador da Unifesp, um passo importante para destravar essa resistência seria o Brasil conseguir retirar a maconha da lista de drogas malditas da ONU.
FONTE: Revista Pesquisa FAPESP, Fevereiro 2010 No 168.
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