Na América Latina, maior universidade da Paraíba ocupa a 45ª posição; UFCG é a 76ª e UEPB a 175ª

Sem as instituições espanholas e portuguesas no ranking, a UFPB fica na 45ª posição, e ocupa o 4º lugar entre as 21 instituições do Nordeste avaliadas, atrás das universidades federais de Pernambuco (1ª), Bahia (2ª) e Rio Grande do Norte (3ª). Nos rankings ibero-americano e latino-americano, a número 1 do Nordeste (UFPE) ficou em 45º e 19º, respectivamente.
No "ranking nordestino", a UFCG ocupa o 6º lugar e a UEPB o 16º. Em nível nacional, a UFPE é a 11ª mais bem colocada, enquanto que a UFPB é a 24ª.
UFPE - Melhor instituição de pesquisa do Nordeste, segundo
o ranking SIR 2010
O estudo foi elaborado pelo SCImago, grupo de pesquisa sediado em Granada, Espanha, que congrega além de instituições espanholas, universidades de Portugal, Argentina e Chile. Foram avaliadas 607 universidades e institutos de pesquisa de 28 países, com base em dados de 2003 a 2008.
Entre as dez melhores instituições ibero-americanas, estão quatro brasileiras: USP (1ª), Unicamp (3ª), Unesp (6ª) e UFRJ (7ª). Outras latino-americanas que ocupam o top ten do SIR 2010 são a Universidade Nacional Autônoma do México (2ª) e a Universidade de Buenos Aires (10ª); as demais são universidades espanholas.
A avaliação leva em conta quatro indicadores de desempenho: produção científica, visibilidade, cooperação internacional e impacto das pesquisas. Foram analisadas as publicações que constam do índice de citações Scopus, da Elsevier – maior base de dados científicos do mundo – com mais de 20 mil publicações de pesquisa, incluindo mais de 17 mil revistas com corpo de revisores, livros e anais de congressos.
Um dos indicadores que chama a atenção é o CCP, sigla para Qualidade Científica Média, em espanhol, que mede o impacto científico de uma instituição, descartada a influência do seu tamanho. USP e Unicamp obtiveram 0,81, valor que significa que estão 19% abaixo da qualidade média mundial. A UFPB obteve um CCP de 0,79, i. é., está com uma qualidade média de sua produção científica muito próxima das duas melhores universidades brasileiras, 21% inferior à média mundial.
Já os índices que medem o tamanho da produção científica (PC) e as publicações conjuntas com instituições de outros países (CI) são os que realmente definem as posições no ranking: USP e Unicamp obtiveram, em números redondos, 38 mil e 15 mil de PC, e 25 e 21 de CI, respectivamente, enquanto que a UFPB obteve 1,5 mil de PC e 15 de CI. O quarto índice que compõe a avaliação mede o impacto das publicações (Q1), i. é., a quantidades de artigos publicados no conjunto de 25% das revistas mais influentes do mundo. USP e Unicamp tiveram Q1 de 40 e 38, respectivamente, e a UFPB de 31.
O relatório completo do SCImago, com detalhes dos critérios, análises dos dados e as 607 instituições ranqueadas se encontra em http://www.scimagoir.com/pdf/ranking_iberoamericano _ 2010.pdf
Quem não é o maior pode ser o melhor?
Na análise comparativa com outras instituições do Nordeste, a posição alcançada pela UFPB no ranking do SCImago não chega a ser vexatória, haja visto que o seu tamanho em termos de corpo discente é bem menor do que o de suas congêneres UFBA e UFRN, embora não tão menor do que o da UFPE. Se considerarmos que o corpo discente da pós-graduação guarda certa proporção em relação ao da graduação, e que praticamente toda a pesquisa científica e tecnológica é feita com a participação de mestrandos e doutorandos, os índices da UFPB parecem razoáveis quando comparados aos da UFBA e da UFRN. Mas não em relação aos da UFPE, primeira no “ranking nordestino”. Enquanto a UFPB tem na graduação cerca de 20 mil alunos, a UFBA tem 38 mil e a UFRN 33 mil. No entanto, a UFPE com seus 27 mil estudantes obteve uma posição no ranking nacional bem melhor do que UFBA e UFRN, e mais do que duas vezes superior à da UFPB (11ª contra 24ª).
Obviamente que, além do investimento das fundações estaduais, outros fatores influenciam na produção científica das instituições de pesquisa. A atuação de empresas do setor de petróleo e gás (caso da BA e do RN), sem dúvida é um deles.
Independentemente de "fatores externos", o recém-publicado relatório do ranking SIR 2010 deveria merecer especial atenção daqueles que respondem pela gestão da UFPB. Ele traz à luz diversos aspectos que poderiam nortear ações para impulsionar a produção científica na maior instituição de pesquisa da Paraíba. Saber em que podemos melhorar é um bom começo.
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