segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Mudança Climática: 6º relatório de avaliação do IPCC é ‘sinal vermelho para a humanidade’

Atividade humana está mudando o clima de modo sem precedente e algumas vezes irreversível, diz o aguardado informe científico da ONU

https://www.youtube.com/watch?v=uFSfev42g-4&list=UU-BV48SdxnFNereKJXyXLWg&t=40s

O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), coordenado pela ONU, divulgou hoje o seu mais importante relatório científico desde 2014: o 6º Relatório de Avaliação (AR6 Climate Change 2021: The Physical Science Basis).

Aprovado por 234 autores e 195 governos, é indiscutivelmente o trabalho de maior abrangência e consistência que o IPCC já produziu. Uma contribuição do Grupo de Trabalho I, que traz os últimos avanços da ciência climática, combinando múltiplas linhas de evidências do paleoclima, observações, processos de compreensão e simulações climáticas global e regional. 

As principais mensagens-chave do AR6 são: 1) a temperatura média global cresceu 1,09 ºC na última década, em relação àquela do período 1850-1900; 2) nos últimos 5 anos, a temperatura atingiu níveis máximos, desde 1850; 3) o nível do mar alcançou recentemente quase três vezes aquele registrado no período 1901-1971; 4) a influência humana muito provavelmente (90%) é a principal causa da redução global das geleiras e particularmente no Ártico; 5) é praticamente certo que temperaturas extremas e ondas de calor ocorram com maior frequência e que eventos de frio intenso sejam menos frequentes, em relação à década de 1950.

Os autores do relatório AR6 estimam que a temperatura global deve aumentar 1,5 ºC até 2040, em todos os cenários projetados, confirmando a previsão do IPCC divulgada em um relatório especial em 2018.

Desde o seu primeiro relatório de avaliação, em 1990, a compreensão do IPCC sobre mudanças climáticas melhorou significativamente. Hoje o painel afirma com grau de certeza superior a 95% que a causa predominante do aquecimento global, observado desde meados do século XX, é a atividade humana.

A probabilidade de ocorrência de fenômenos meteorológicos e climáticos extremos é “quase certa”, segundo o relatório publicado neste dia 9 de agosto. O AR6 inclui também os impactos presentes e futuros da mudança climática, suas consequências em nível regional e as ações de mitigação necessárias.

“Já estamos vivendo as consequências da mudança climática em todos os lugares, mas vamos sofrer efeitos adicionais e simultâneos à medida em que o aquecimento aumenta”, diz Carolina Vera, vice-diretora do grupo de trabalho do IPCC que produziu o AR6. E o que pode ser feito, então?

Apesar da mensagem clara e melhor embasada do atual trabalho dos cientistas, há um consenso entre eles de que é possível interromper a até reverter a trajetória de aquecimento climático se as emissões de carbono globais foram cortadas pela metade até 2030, zerando as emissões líquidas até meados do século. É preciso evitar um ponto de ruptura, quando parte do sistema climático sofre uma alteração abrupta em resposta a um aquecimento global contínuo.

“A mudança climática está piorando. E percebemos isso de várias formas. Eu diria que é um caminho sem volta e precisamos decidir hoje o nosso futuro. O relatório é claro ao afirmar que estamos vivendo um aquecimento global sem precedentes há pelo menos 2 mil anos e que a década 2010-2019 é provavelmente a mais quente há pelo menos 100 mil anos. É inequívoco que a atividade humana é a causa da mudança climática observada nos últimos 150 anos.”, alerta Christophe Cassou, diretor do CNRS (França) e um dos autores do AR6.

O 6º Relatório de Avaliação do IPCC constitui um inventário enfático e atualizado do conhecimento científico sobre mudança climática. Ele inclui um relatório-síntese destinado a dirigentes governamentais, o chamado “resumo para formuladores de políticas”, e servirá de base para a COP 26 que acontece em Novembro em Glasgow (Escócia).

Fontes: https://www.bbc.com/news/science-environment-58130705?fbclid=IwAR1c7saaQmz6txMHo6UO6GJDU2Ju6lhw2Eh5DuGkvFSWaTcXuyBR-ZO9JM8

https://lareleveetlapeste.fr/la-crise-climatique-saccelere-et-sintensifie-a-un-rythme-sans-precedent-alerte-le-giec/?fbclid=IwAR2GfRoe1tZOGeML1F1OzKYdqInbgHd2dHQPF5QV-uIsq6d81mZ871igQrw

https://www.ipcc.ch/report/ar6/wg1/

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