sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Renováveis devem responder por um terço da produção elétrica mundial em 2035, diz IEA

Entre as fontes de energia limpa, a solar é apontada como a que mais crescerá 

http://www.smartgridnews.com/artman/publish/Technologies_DG_Renewables/Why-wind-power-faces-an-uncertain-future-4299.html

A previsão consta do relatório World Energy Outlook 2012, da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês), divulgado no último dia 12.

O mapa energético global das próximas décadas, além de refletir a ressurgência da produção de petróleo e gás nos Estados Unidos, deve ser marcado pelo abandono da energia nuclear em certos países e pelo crescimento vigoroso e contínuo da geração solar e eólica.

O mercado mundial de energia será, ainda, influenciado pela capacidade do Iraque de revitalizar sua indústria de petróleo, diz o documento da IEA. A demanda energética em escala planetária deve crescer 33% nos próximos 33 anos, com China, Índia e Oriente Médio respondendo por mais da metade deste incremento.

Já nos países da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), o aumento projetado para o consumo de energia de origem fóssil é pequeno, já que neste grupo de países há uma nítida atenuação do consumo de petróleo e carvão, em contraste ao de gás natural e energias renováveis.

Apesar da emergência de fontes energéticas de baixo carbono, os combustíveis fósseis impulsionados por subsídios bilionários ainda mantém uma posição de destaque no cenário global. Em 2011, foram destinados mundo afora 523 bilhões de dólares em subsídios, valor 30% superior ao de 2010 e seis vezes maior do que o total de subvenções concedidas às fontes de energia limpa.

“Embora sua importância seja amplamente reconhecida, a eficiência energética está longe de ser implementada em larga escala, o que impede um avanço maior em segurança energética, crescimento econômico e proteção ambiental”, diz o relatório WEO 2012 da IEA.

Alguns países anunciaram suas metas de redução do consumo pelo conceito de eficiência energética. A China deve diminuir em 16% a sua “intensidade energética” (relação entre energia consumida e produto interno bruto). A União Europeia se comprometeu em reduzir, até 2020, o seu consumo energético atual em 20%. O Japão visa uma redução de 10% no seu consumo elétrico, até 2030.

Segundo o World Energy Outlook 2012, uma disseminação mais acelerada das tecnologias “eco-energéticas” – tal como previsto em um dos cenários avaliados pela IEA – reduziria as emissões de CO2, permitindo adiar de 2017 para 2022 o ano em que tais emissões chegariam ao “limite admissível”.

Para tornar viável a perspectiva de um aumento da temperatura média do planeta em 2 ºC até 2050, o consumo energético global não poderia superar 1/3 das reservas de combustíveis fósseis já exploradas, a menos que tecnologias de captura e sequestro de carbono (CCS, na sigla em inglês) sejam implantadas em larga escala.

Cena ainda comum na África subsaariana: sem eletricidade e sem gás para cozinhar
http://article.wn.com/view/2012/08/24/Brain_cancer_treatment_options_boosted_with_Gamma_Knife/

O relatório da IEA destaca que, apesar dos avanços alcançados em 2011, o acesso universal à energia ainda está muito longe de se tornar realidade. Quase 1,3 bilhão de pessoas no mundo não dispõem de eletricidade, e 2,6 bilhões de são privadas de combustível e tecnologias de cocção modernas.

Enquanto a demanda energética deve crescer 1/3 até 2035, o consumo de água para produção de energia deve aumentar em 2/3 no mesmo período. A água é usada em vários setores de energia: geração elétrica; extração, transporte e tratamento de petróleo, gás e carvão e; cada vez mais, na irrigação de agricultura para produção de biocombustível. Mais de 11% do volume total de água usada na produção de energia não retorna à sua fonte original, destaca a IEA.

A expansão contínua da geração hidrelétrica e o rápido desenvolvimento das energias eólica e solar consolidam as fontes renováveis como “parte indispensável do mix energético mundial”, diz a IEA. Até 2035, as energias renováveis devem representar quase um terço da produção total de eletricidade.

O conjunto das energias limpas se consolidará em 2015 como a segunda maior fonte de produção de eletricidade, atrás apenas das usinas a carvão (que produzem, grosso modo, o dobro das renováveis), podendo se igualar à produção destas em 2035.

Para a IEA, o forte crescimento das energias renováveis se deve não só à diminuição dos custos tecnológicos e ao aumento de preço dos combustíveis fósseis, mas também – e principalmente – pela manutenção dos subsídios, que somaram 88 bilhões de dólares, em 2011, e devem alcançar 240 bilhões de dólares, em 2035. 

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