http://www.smartgridnews.com/artman/publish/Technologies_DG_Renewables/Why-wind-power-faces-an-uncertain-future-4299.html
A previsão consta do relatório World Energy Outlook 2012, da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês), divulgado no último dia 12.
O mapa energético global das próximas décadas, além de refletir a ressurgência da produção de petróleo e gás nos Estados Unidos, deve ser marcado pelo abandono da energia nuclear em certos países e pelo crescimento vigoroso e contínuo da geração solar e eólica.
O mercado mundial de energia será, ainda, influenciado pela capacidade do Iraque de revitalizar sua indústria de petróleo, diz o documento da IEA. A demanda energética em escala planetária deve crescer 33% nos próximos 33 anos, com China, Índia e Oriente Médio respondendo por mais da metade deste incremento.
Já nos países da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), o aumento projetado para o consumo de energia de origem fóssil é pequeno, já que neste grupo de países há uma nítida atenuação do consumo de petróleo e carvão, em contraste ao de gás natural e energias renováveis.
Apesar da emergência de fontes energéticas de baixo carbono, os combustíveis fósseis – impulsionados por subsídios bilionários – ainda mantém uma posição de destaque no cenário global. Em 2011, foram destinados mundo afora 523 bilhões de dólares em subsídios, valor 30% superior ao de 2010 e seis vezes maior do que o total de subvenções concedidas às fontes de energia limpa.
“Embora sua importância seja amplamente reconhecida, a eficiência energética está longe de ser implementada em larga escala, o que impede um avanço maior em segurança energética, crescimento econômico e proteção ambiental”, diz o relatório WEO 2012 da IEA.
Alguns países anunciaram suas metas de redução do consumo pelo conceito de eficiência energética. A China deve diminuir em 16% a sua “intensidade energética” (relação entre energia consumida e produto interno bruto). A União Europeia se comprometeu em reduzir, até 2020, o seu consumo energético atual em 20%. O Japão visa uma redução de 10% no seu consumo elétrico, até 2030.
Segundo o World Energy Outlook 2012, uma disseminação mais acelerada das tecnologias “eco-energéticas” – tal como previsto em um dos cenários avaliados pela IEA – reduziria as emissões de CO2, permitindo adiar de 2017 para 2022 o ano em que tais emissões chegariam ao “limite admissível”.
Para tornar viável a perspectiva de um aumento da temperatura média do planeta em 2 ºC até 2050, o consumo energético global não poderia superar 1/3 das reservas de combustíveis fósseis já exploradas, a menos que tecnologias de captura e sequestro de carbono (CCS, na sigla em inglês) sejam implantadas em larga escala.
Cena ainda comum na África subsaariana: sem eletricidade e sem gás para cozinhar
http://article.wn.com/view/2012/08/24/Brain_cancer_treatment_options_boosted_with_Gamma_Knife/
O relatório da IEA destaca que, apesar dos avanços alcançados em 2011, o acesso universal à energia ainda está muito longe de se tornar realidade. Quase 1,3 bilhão de pessoas no mundo não dispõem de eletricidade, e 2,6 bilhões de são privadas de combustível e tecnologias de cocção modernas.
Enquanto a demanda energética deve crescer 1/3 até 2035, o consumo de água para produção de energia deve aumentar em 2/3 no mesmo período. A água é usada em vários setores de energia: geração elétrica; extração, transporte e tratamento de petróleo, gás e carvão e; cada vez mais, na irrigação de agricultura para produção de biocombustível. Mais de 11% do volume total de água usada na produção de energia não retorna à sua fonte original, destaca a IEA.
A expansão contínua da geração hidrelétrica e o rápido desenvolvimento das energias eólica e solar consolidam as fontes renováveis como “parte indispensável do mix energético mundial”, diz a IEA. Até 2035, as energias renováveis devem representar quase um terço da produção total de eletricidade.
O conjunto das energias limpas se consolidará em 2015 como a segunda maior fonte de produção de eletricidade, atrás apenas das usinas a carvão (que produzem, grosso modo, o dobro das renováveis), podendo se igualar à produção destas em 2035.
Para a IEA, o forte crescimento das energias renováveis se deve não só à diminuição dos custos tecnológicos e ao aumento de preço dos combustíveis fósseis, mas também – e principalmente – pela manutenção dos subsídios, que somaram 88 bilhões de dólares, em 2011, e devem alcançar 240 bilhões de dólares, em 2035.
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