Cientistas
de várias partes do mundo estão em uma frenética corrida contra o tempo, para obter uma
vacina eficaz e segura contra o novo coronavírus.
Já
são mais de 135 vacinas em diferentes fases de desenvolvimento, sendo dez delas
testadas em humanos: cinco na China, quatro nos estados Unidos e uma no Reino
Unido. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS), atualizados até 9 de
junho.
Vacinas
são substâncias ativas de origem biológica, produzidas a partir de germes
contra os quais ela pretende agir, em culturas de origem principalmente animal
ou sintética, que fornecem os nutrientes necessários ao seu desenvolvimento.
Os
processos de fabricação normalmente são longos e complexos; levam em média
quatro vezes mais tempo do que outros medicamentos. De fato, não se trata
apenas de encontrar uma boa fórmula; depois desta fase, a vacina deve ser
testada –em cada etapa de seu desenvolvimento– em animais e em seguida em
humanos. A duração total demanda entre 6 e 36 meses, desde a produção até a
distribuição.
“A
eficácia de uma vacina só pode ser comprovada a longo prazo; populações
vacinadas e não vacinadas precisam ser expostas a uma zona de risco, para que
seja demonstrado que as pessoas vacinadas foram menos afetadas pela doença”, explica
um porta-voz da equipe do Dr. Didier Raoul, diretor do Instituto Mediterrâneo
de Infectologia, de Marselha (França).
No
caso da vacina contra a Covid-19, os trabalhos começaram em janeiro, com o
sequenciamento do genoma do vírus SARS-CoV-2, o chamado novo coronavírus.
Os
primeiros testes de segurança em humanos tiveram início em março, mas o caminho
a percorrer continua incerto. Alguns desses testes devem fracassar, outros podem
não mostrar resultados claros, mas alguns deles podem conseguir estimular o
sistema imunológico e produzir anticorpos eficientes contra o vírus.
As
diferentes etapas de desenvolvimento da vacina podem ser agrupadas em cinco
estágios: pré-clínico (testes com animais), fase 1 (testes de segurança, com
dezenas de humanos), fase 2 (testes de eficácia sob condições controladas e de
efeitos colaterais, com centenas de pessoas), fase 3 (testes de eficácia e efetividade em condições
reais e de segurança, com milhares de pessoas), fase 4 (testes de resultados após aplicação na
população).
As
iniciativas em andamento no mundo ocorrem em laboratórios da indústria farmacêutica
e de centros de pesquisa públicos, que isoladamente ou em parceria impulsionam a
salutar corrida em busca da vacina antiCovid-19.
Entre
as mais de 125 vacinas em fase pré-clínica recenseadas pela OMS, há duas em
desenvolvimento no Brasil: uma na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)/Instituto Butantan e outra na Universidade de São Paulo.
O Instituto Butantan é um dos maiores produtores de vacinas do mundo; forneceu 80 milhões de doses de vacina contra a gripe em 2020. Dimas Tadeu Covas, diretor do instituto, anunciou hoje uma parceria com o laboratório chinês Sinovac Biotech (na fase 1/2), para implementação da fase 3 no Brasil, com a realização de testes em 9 mil pessoas até 2021, ano em que “teremos a disponibilidade de uma vacina em massa, com milhões de doses”, disse.
O Instituto Butantan é um dos maiores produtores de vacinas do mundo; forneceu 80 milhões de doses de vacina contra a gripe em 2020. Dimas Tadeu Covas, diretor do instituto, anunciou hoje uma parceria com o laboratório chinês Sinovac Biotech (na fase 1/2), para implementação da fase 3 no Brasil, com a realização de testes em 9 mil pessoas até 2021, ano em que “teremos a disponibilidade de uma vacina em massa, com milhões de doses”, disse.
Das
dez vacinas em fase de testes em humanos, a que está em estágio mais avançado é
a desenvolvida no Reino Unido, pela Universidade de Oxford e a empresa
AstraZeneca, que se encontra na fase 2/3. Em todo caso, especialistas são quase
unânimes em afirmar que, antes de 2021, dificilmente uma vacina estará
disponível à população (fase 4).
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