quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Neurociência: pesquisa liderada por Nicolelis avança rumo à criação de ‘sexto sentido’

Interface cérebro-máquina-cérebro está mais próxima de se tornar realidade, diz cientista

Macacos movem membros virtuais para “sentir” objetos virtuais (Imagem de Katie Zhuang)
http://www.nature.com/news/2011/111005/full/news.2011.576.html

No mais recente estudo coordenado pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis – destaque em artigo publicado ontem no site da Nature – cérebros de macacos foram treinados para reconhecer texturas, com auxílio de um avatar. 

Por este experimento, a equipe da Universidade de Duke (EUA) liderada por Nicolelis comprovou a previsão teórica de que seria possível o cérebro controlar o avatar do corpo e ao mesmo tempo receber de volta sinais elétricos que identificam as sensações do avatar no ambiente virtual.

“Superamos um grande desafio tecnológico”, disse Nicolelis em entrevista ao Estadão, sobre a matéria da Nature, com o título Monkey brains ‘feel’ virtual objects (“Cérebros de macacos ‘sentem’ objetos virtuais”) e autoria de Susan Young.

Para o cientista, se os macacos foram capazes de identificar padrões de textura em curto espaço de tempo, com seres humanos a resposta deve ser ainda mais rápida. Esses resultados abrem caminho “para que pacientes paralisados possam recobrar a sensação tátil através de sensores”, sustenta Nicolelis.

Segundo o idealizador do Instituto do Cérebro de Natal (RN), os resultados desta pesquisa devem reforçar o desenvolvimento de uma roupa biônica, que poderá incorporar além de sensores de pressão – capazes de identificar padrões de textura dos terrenos e objetos – sensores de temperatura, tornando o exoesqueleto mais sensível. 

A veste robótica seria o produto final do projeto Walk Again, com duração prevista para mais seis anos. Nicolelis quer aproveitar a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil para “fazer demonstrações gradualmente mais complexas do exoesqueleto robótico que fará um tetraplégico voltar a andar”. 

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