IMAGEM: Claire Laffargue (Le Journal des Énergies Renouvelables No
214, Março-Abril 2013)
Consenso
político, participação ativa dos cidadãos, investimentos... ingredientes que
mudaram a paisagem energética do país mais rico da Europa.
Mais de 25% da
população alemã já vive em regiões “100% energia renovável”! Participam de um novo
desenvolvimento econômico, impelido pela “força” do sol, da biomassa e dos
ventos. E respiram um ar mais puro nas cidades.
Quarto maior PIB do mundo, a Alemanha produz 23% de sua eletricidade com fontes limpas. Resultado de um amplo programa nacional – o “Energiekoncept” (Conceito Energético) – que visa uma redução gradual do consumo de energias fósseis até 2050.
O
programa, aprovado pelo governo alemão em 2010, tem várias metas “ambiciosas”; por exemplo, até
2020: 18% de fontes renováveis no consumo final de energia (60% até 2050), 47%
de eletricidade limpa (80% até 2050) e, em relação a 1990, reduzir as emissões de gases de efeito
estufa em 40% (até 2050, redução de 80 a 95%).
Com
13 distritos e 29 mil habitantes, Wörrstadt é a primeira comunidade da Alemanha
abastecida com 100% de eletricidade limpa, meta alcançada 5 anos antes do
previsto (foto).
Wörrstadt
(Alemanha): 1ª comunidade de distritos “100% energia renovável”
http://www.juwi.fr/juwi_dans_le_monde/nos_realisations/collectivite_100_enr.html
Enquanto
no mundo as emissões de gás carbônico cresceram 40% entre 1990 e 2010, no país germânico
a quantidade de CO2 despejado na atmosfera diminuiu 25,5% nos últimos 22 anos.
Atualmente
(2012), 23% da eletricidade alemã são de origem renovável; a maior participação
é da eólica, com 1/3 do total, seguida pela biomassa (26,5%), energia solar
(21%) e hidráulica (15%).
A
participação de fontes renováveis na produção de energia elétrica deverá
praticamente dobrar até 2020 (em relação ao final de 2012), passando de 136,2
TWh (tera-watt-hora) para 278 TWh.
Em
2020, a energia eólica deve responder por 50% da matriz elétrica renovável
alemã; solar fotovoltaica e biomassa devem contribuir com o mesmo peso (~19%),
hidráulica com 11% e geotérmica menos de 1% (figura).
Produção
de energia elétrica com fontes renováveis na Alemanha entre 2000 e 2012 e projeção até
2020.
Adaptado de Le Journal des Énergies Renouvelables, No 214, Março-Abril 2013
Adaptado de Le Journal des Énergies Renouvelables, No 214, Março-Abril 2013
No
final de 2012, a Alemanha acumulou uma capacidade fotovoltaica de 32,4 GWp
(giga-watt-pico), o que representa 18 vezes a capacidade de geração eólica
brasileira.
Só
no ano passado foram agregados à matriz elétrica alemã 7,6 GWp,
ou duas vezes toda a capacidade de geração solar da França. Quase 5% da
eletricidade produzida no país são de origem solar, o que equivale ao consumo
de 8 milhões de residências.
O setor de energias renováveis é responsável por
381.600 empregos diretos e indiretos, duas vezes mais trabalhadores que no setor de energias convencionais (combustíveis fósseis, nuclear).
“É provavelmente o maior desafio que o país enfrenta desde a guerra, porque a transição energética concerne o conjunto das atividades industriais e econômicas
da Alemanha”, declara Peter Altmaier, ministro de Meio Ambiente.
Uma “transição energética” que bem poderia se
chamar “revolução energética”.
Fonte: Le Journal des Énergies Renouvelables, No 214, Março-Abril
2013
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