Coletores
solares de ar, em prédio comercial da Alemanha, ajudam a climatizar as salas
(FOTO Fraunhofer ISE)
http://www.renewablesinternational.net/cold-from-renewable-heat/150/537/39360/
Em
termos de energia renovável não convencional, a Alemanha faz inveja a países
como o Brasil; dispõe de 16,5 milhões de m2 de coletores solares
térmicos. Com incidência solar (280 dias por ano),
território e população bem maiores, o Brasil projeta apenas para 2015 a marca de 15
milhões de m2 de coletores instalados.
Mas
gerar calor na Alemanha – principalmente para climatização invernal, que 82%
das residências utilizam – com fontes limpas é ainda um desafio; este tipo de
recurso representa atualmente só 10,4% do consumo final de energia
térmica.
Nos
últimos 10 anos, a biomassa (incluindo biogás, gás do lixo e de esgoto) representou
quase o total de recursos energéticos renováveis usados para produzir calor no
país germânico: 91%. O restante foi
suprido por bombas de calor (4,7%), energia solar (4,2%) e geotermia (0,2%).
Embora
o potencial de aproveitamento de fontes limpas para gerar calor seja enorme, as
políticas para o setor são tímidas. Enquanto o governo alemão prevê para a
matriz elétrica uma fatia de 35% de renováveis em 2020, a meta para o mesmo ano
é de produzir 14% de calor renovável.
Para
fomentar o uso de energia limpa na geração de calor, passou a vigorar em 2009 uma
lei que exige a instalação de equipamentos de energia renovável em edificações
novas: 15% das necessidades de calor e frio devem ser atendidas por energia
solar térmica, 30% por biogás e 50% por biomassa, bomba de calor ou geotermia.
No
entanto, como a lei isenta projetos que incluem isolamento térmico suplementar
e/ou conexão a uma rede de calor ou a equipamento de cogeração, apenas metade
das novas edificações – construídas entre 2009 e 2011 – instalaram dispositivos de tecnologia
limpa: 27% foram equipadas com bomba de calor, 20% com aquecedor solar e 6% a
biomassa.
A
Associação Federal de Energias Renováveis da Alemanha (BEE, na sigla em alemão)
estima que, para elevar a participação de fontes renováveis na produção de
calor a 25% até 2024, o custo em subvenções seria de 1 bilhão de euros.
“Este
valor é ridiculamente pequeno comparado aos 20 bilhões de euros destinados à
eletricidade verde; calor renovável significa uma redução enorme nas emissões
de CO2 e economia de energia fóssil, com um mínimo de dinheiro público”, declarou
Harald Uphoff, vice-presidente da BEE.
Fonte: Le Journal des Énergies
Renouvelables Nº 217, Setembro-Outubro 2013
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