Tecnologia CSP/coletores
cilíndrico-parabólicos empregada na usina solar Noor I, situada próxima de
Ouarzazate (Marrocos) http://www.youtube.com/watch?v=uQ1UyPoPkWs
Atualmente
em construção, a Noor I é a primeira unidade da central solar de Ouarzazate,
que, com outras 4 centrais a serem instaladas na região, compõem o Plano Solar Marroquino (PSM).
Trata-se
de um ambicioso projeto que deverá mudar o panorama energético do país
magrebino.
A
unidade Noor I deve injetar os primeiros kWh na rede em agosto de 2015,
conforme o comunicado recente da Agência Marroquina para a Energia Solar.
A
central solar de Ouarzazate contará com outras unidades de geração à base de
tecnologia CSP (Concentrating Solar Power).
Sua finalização está prevista para 2016, quando terá uma potência (500 MW)
capaz de fornecer eletricidade a meio milhão de habitantes.
Ao
custo de 9 bilhões de euros, o PSM vai mudar substancialmente a matriz elétrica
do Marrocos, que passará a produzir com fontes renováveis 42% de toda a
eletricidade consumida no país.
Em
2009, apenas 10% do consumo elétrico total provinha de recursos naturais
locais, o restante era gerado em usinas termelétricas à combustível fóssil
importado.
Para saber qual a porcentagem da participação da energia solar na matriz elétrica
marroquina em 2020 (quando o PSM estaria 100% operativo, com 2 GW instalados),
fizemos uma estimativa, com base em alguns dados-chave do Marrocos e do
Brasil.
Com
uma população 6 vezes menor e um consumo de energia por habitante 3 vezes
inferior ao do Brasil, e considerando nossa capacidade instalada atual (123 GW),
a geração solar no Marrocos representaria, em números redondos, 30% da produção
elétrica do país. Outras fontes limpas responderiam pelos 12% restantes, sendo
a principal delas a hídrica.
As 5 centrais solares previstas no Plano Solar Marroquino serão instaladas nas seguintes localidades (figura): Ain Beni Mathar,
Ouarzazate, Sebkhate Tah, Foum Al Ouad e Boujdour. Como indica o mapa, nesses
locais a irradiação solar é bastante alta: entre 6 e 7
kWh por metro quadrado.
Mapa da irradiação solar do
Marrocos, na região onde serão instaladas as centrais solares
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1255413
Futuramente,
centrais de geração solar instaladas no Norte da África – como as que formam o
complexo de Ouarzazate – poderão fornecer eletricidade para países do Sul da Europa.
No
entanto, a transmissão de energia elétrica entre continentes requer infraestrutura e interconexão de redes confiáveis, desde os locais de produção da eletricidade
solar.
Neste sentido, o
instituto de pesquisa em sistemas de energia solar Fraunhofer ISE, de Freiburg
(Alemanha), está investigando diferentes aspectos da chamada “Super Rede” (Super Grid).
O
objetivo da pesquisa é apontar soluções tecnológicas para a estocagem, geração e transmissão de energia. Os
cientistas do Fraunhofer ISE desenvolvem atualmente um modelo computacional
capaz de simular a interface entre a produção de eletricidade e a alimentação
da rede de um sistema energético apropriado, baseado na conversão de energia
solar.
Em
seguida, vão realizar simulações da interação de centrais solares instaladas
em regiões do Norte da África e Sul da Europa com termelétricas tradicionais, à combustível
fóssil.
A
ideia é otimizar o sistema energético integrado, levando em conta não só os
diferentes tipos de tecnologia solar e de estocagem, mas também a
infraestrutura da rede.
Os
resultados dos cálculos mostram que centrais fotovoltaicas localizadas mais
próximas dos centros consumidores são mais rentáveis, mesmo que a irradiação
solar disponível no local seja menor que aquela em sítios mais afastados.
Já
as centrais solares térmicas são mais atraentes quando sua capacidade de
estocagem de energia é alta, de modo a garantir a estabilidade do sistema elétrico.
“É
importante que o suprimento energético seja fiável durante o uso de fontes renováveis.
Por exemplo, centrais solares no Norte da África poderiam preencher lacunas no
fornecimento europeu, causadas por flutuações nas usinas locais à base de
energia renovável”, explica o Dr. Werner Platzer, coordenador do projeto Super Grid.
Uma
das principais metas da pesquisa é “equilibrar a demanda com o excedente de
eletricidade sobre uma ampla gama de sítios”, conclui Platzer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário