Desafio é produzir energia com pequenas
turbinas, sob ventos fracos e de forma rentável
‘Árvore de
vento’: invenção francesa para produzir energia renovável nas cidades
http://www.ladepeche.fr/article/2014/11/30/2002017-arbre-vent-eolienne-exploiter-courants-air-ville.html
Recentemente, a Torre Eiffel ganhou duas pequenas turbinas eólicas.
O feito abriu espaço à discussão sobre o aproveitamento de ventos em áreas urbanas para gerar energia.
O feito abriu espaço à discussão sobre o aproveitamento de ventos em áreas urbanas para gerar energia.
As duas turbinas eólicas (de 3,5 kW cada), instaladas no mês passado no monumento mais famoso do planeta, mereceram grande destaque da mídia.
Estrela do turismo mundial, com 7 milhões de visitantes ao ano, a Torre Eiffel estava simbolicamente agregando ao seu patrimônio um sistema de produção de energia limpa.
De
fato, apenas uma ínfima parte de suas necessidades energéticas será atendida
pelos dois rotores de eixo vertical, movidos pelo vento abundante que sopra nas
alturas do seu primeiro andar, a 127 metros do solo.
Com
7 m de comprimento e pás de 3 m de envergadura, as turbinas eólicas vão
fornecer 10 mil kWh de energia por ano, o que equivale a apenas 0,15% de todo o
consumo da torre.
O
consumo anual da “dama de ferro” é de 6,7 GWh, uma energia suficiente para
abastecer 750 residências “médias” francesas.
Turbina
eólica instalada na Torre Eiffel (FOTO: Urban Green Energy)
http://www.notre-planete.info/actualites/4222-tour-eiffel-eoliennes
A instalação dos geradores eólicos no célebre monumento
parisiense, além da sua significação simbólica, relançou o debate sobre o
aproveitamento de ventos urbanos para produzir energia.
Pequenos aerogeradores em meio urbano não
gozam de boa reputação. A
má qualidade dos ventos, fortemente perturbados pelas edificações, faz com que
os sistemas eólicos sejam pouco eficientes. Turbinas de eixo horizontal, com 5
m de diâmetro, não alcançam mais que 2 kW de potência.
Com
base em dados de um relatório técnico publicado recentemente, a Agência francesa de
Meio Ambiente e Gestão da Energia (Ademe, na sigla em francês) desaconselha a
instalação de sistemas eólicos nas cidades.
No
mesmo documento, a Ademe preconiza o uso disseminado de pequenos aerogeradores
no meio rural; assim mesmo, só com aval de um estudo prévio do potencial de ventos na região
considerada.
Mas,
não deixa de ser atraente a ideia de se produzir energia de forma
descentralizada, em locais onde a eletricidade é requerida, exatamente o que se
espera de pequenos geradores eólicos.
Aliás,
um sistema eólico inovador – made in France
– aparentemente mais vantajoso que os tradicionais aerogeradores de eixo
horizontal, em breve será instalado e testado em Paris, na Place de la Concorde.
Trata-se
da “árvore de vento”, concebida pela empresa New Wind; uma estrutura de 10 m de altura, dotada de 63 mini
turbinas em forma de folhas roliças (foto).
Detalhes
das “folhas eólicas” da Arbre au Vent
http://alanwarrenstudio.tumblr.com/post/104293465041/clever-bugger-of-the-day-15-4-12-14-the-wind
O desenho dessas “folhas eólicas”
permite captar ventos provenientes de qualquer direção, em pleno centro ou na
periferia das cidades.
“A
ideia surgiu quando vi as folhas de uma árvore tremendo, quando não se sentia
vento algum no local; percebi, então, que era uma energia que podia ser
convertida em watts”, diz Jérôme Michaud-Larivière, diretor da startup parisiense
inventora da árvore de vento.
Um
protótipo, testado durante 3 anos pela New Wind, mostrou que as folhas eólicas começam a girar sob ventos de 2 m por
segundo (ao invés de 4 m/s, como nas eólicas tradicionais). Os testes foram
realizados em Pleumeur-Bodou (Côtés d’Armor).
Segundo
Michaud-Larivière, com velocidade média de 3,5 m/s a árvore de vento seria rentável.
Para ventos entre 2 e 4 m/s, a potência da árvore eólica varia entre 2, 5 e 3,5
kW.
Já
a Ademe diz que a experiência mostra que pequenos aerogeradores são rentáveis
apenas para uma potência mínima de 5 kW.
Outro
fator limitante por ora é o custo da árvore de vento: 30 mil euros, fora taxas. No entanto, para eventuais consumidores é possível adquirir kits com uma só folha eólica, passível de ser
instalada no telhado de casa ou no carro.
Em
todo caso, custo de fabricação à parte, a produtividade real de pequenos
aerogeradores em meio urbano ainda carece de uma avaliação mais ampla,
especialmente em metrópoles como Paris.
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