segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Eólica e solar juntas devem superar hidrelétricas no Brasil até 2040, diz agência americana

Para a Bloomberg New Energy Finance, fontes renováveis não convencionais podem alcançar 43% da matriz elétrica nacional, em 25 anos

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Em 2015, a produção brasileira de eletricidade solar e eólica foi de pouco menos de 10% da energia produzida em hidrelétricas.

A se confirmar o prognóstico da Bloomberg para 2040, a energia elétrica gerada com novas fontes limpas no país será 50% maior do que a hidroeletricidade.

O relatório New Energy Outlook 2016 (NEO2016), elaborado pela Bloomberg New Energy Finance (BNEF) e publicado recentemente, traz projeções sobre a evolução do mercado de energias renováveis em mais de 60 países.

Parques eólicos e usinas solares devem aumentar sua participação na capacidade instalada global, de 5% (em 2015) para 30% até 2040, diz o NEO2016. Incluindo hidrelétricas, a geração renovável deve responder por 60% da produção elétrica planetária.

Na Europa, esta participação deve mais que dobrar no período, passando de 32% para 70%. Para os Estados Unidos, a estimativa da BNEF é de um avanço de 14% para 44%. Alemanha, Reino Unido, Austrália e México devem superar os 50% de sua capacidade instalada com fontes de energia renovável.

“Os preços do gás e do carvão continuarão baixos, mas não impedirão a transição fundamental do sistema elétrico mundial nas próximas décadas rumo a fontes renováveis, como a eólica e a solar”, diz o relatório NEO2016.

As projeções da BNEF indicam que, embora a participação do gás natural na matriz elétrica da América do Norte deva permanecer quase estável até 2040 (de 33% para 31%), as fontes limpas deverão superá-la em 2027 e, até 2037, ultrapassar a parcela de termelétricas a carvão.

No Brasil, dados de 2015 revelam que cerca de 70% da eletricidade consumida no país foi produzida a partir de fontes renováveis, majoritariamente a hídrica.

A BNEF estima que, em todo o mundo, serão investidos pelo menos 7.800 bilhões de dólares em fontes renováveis até 2040 e, no mesmo período, 2.100 bilhões de dólares em energia fóssil, especialmente nos países emergentes.

No Brasil, o investimento em geração elétrica eólica e solar previsto para os próximos 25 anos é de 237 bilhões de dólares. Quase 10 vezes mais que o investimento estimado para novas hidrelétricas.

Nossa matriz energética sempre foi muito mais limpa do que a média dos países industrializados. Apesar da crise hídrica dos últimos anos – que elevou significativamente o uso de termelétricas a combustível fóssil – as previsões para 2040 confirmam que ainda estaremos à frente do mundo em termos de uso de fontes renováveis.

Para a Europa, por exemplo, a estimativa para daqui a 25 anos da participação de fontes renováveis em sua capacidade instalada é comparável à do Brasil atualmente.

Fonte: New Energy Outlook report 2016 (Executive Summary, June 2016). Disponível em: http://goo.gl/uoukbD

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