Após
uma década de estagnação, mercado de energia solar para produção de calor cresce
3% em 2018 e anima setor
Coletores
solares de tubo evacuado instalados em fachada da Residência Bouygues, em
Perpignan (sudoeste da França). CRÉDITO: Tecsol
A
exemplo de outros países europeus, como Espanha, Grécia, Dinamarca e Polônia, a
França caminha rumo à consolidação do seu mercado solar térmico.
O
crescimento anual do segmento em três pontos percentuais resulta de um avanço
bem maior do aquecimento coletivo, já que o setor de tecnologia solar de uso
individual registrou uma queda no período.
De
fato, o mercado solar de equipamentos fotovoltaicos e térmicos individuais encolheu
16% no ano passado: foram comercializadas 5.500 unidades em 2017, contra 4.600
em 2018.
A
implantação de uma política de fomento adequada (programa “Fundo Calor”)
impulsionou projetos de grande porte voltados para redes de calor e processos
industriais, o que explica o reaquecimento do setor.
Diversas
comunidades em diferentes regiões francesas integraram a energia solar às suas
redes de calor, como também foram inaugurados recentemente dois sistemas de
calor industrial, nos setores agroalimentar (em Melville, Norte) e de celulose
(em Condat, Dordogne).
Com
30.000 m2 de coletores instalados em 2018, o aquecimento solar coletivo (ASC)
representou mais da metade do mercado solar, registrando pela primeira vez um pequeno
crescimento (3%), após 5 anos de recuo.
As
aplicações mais visadas nesta fase de retomada do mercado solar térmico são as habitações
populares, os centros médicos e lares de idosos dependentes, onde a demanda de
água quente sanitária é conhecida e estável ao longo do ano.
Esses
estabelecimentos necessitam de soluções tecnológicas que possibilitem uma
gestão eficiente do consumo com baixos custos energéticos.
Proporcionando
uma cobertura de 40 a 50% da necessidade de água quente sanitária, os sistemas
de ASC permitem diminuir a conta de energia, ao mesmo tempo em que reduz a
vulnerabilidade da oferta face às variações do preço de combustíveis fósseis.
No
prédio residencial da Peupleraie, em Pont-de-Chéruy (Isère), por exemplo, uma
instalação de 122 m2 de coletores solares, com capacidade de estocagem de 6 mil
litros atende 42% da demanda de água quente do edifício.
Embora
as atuais condições sejam favoráveis ao desenvolvimento da energia solar
térmica para aquecimento coletivo, o setor ainda depende de incentivos da
Agência Nacional para o Meio Ambiente e a Gestão da Energia (Ademe, na sigla em
francês).
O
suporte financeiro do “Fundo Calor” e o apoio da Ademe devem facilitar a
implementação de regras que protejam os investimentos, reduzindo o prazo médio
de retorno de 15 para 8 anos, aponta Daniel Mugnier, diretor de inovação da
empresa Tecsol.
Outro
ponto a ser melhorado para garantir sustentabilidade ao setor de aquecimento
solar coletivo é a capacitação profissional, especialmente no que tange o
funcionamento dinâmico das instalações.
Fonte: Le
Journal des Énergies Renouvelables, No 248, Julho-Agosto-Setembro 2019
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