Usina
nuclear flutuante Akademik Lomonossov, com capacidade de 70 MW (FOTO: Irina
Motina/Global Look Press)
https://fr.rbth.com/tech/80663-russie-centrale-nucleaire-flottante-akademik-lomonosov-arctique
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Sonho
de nostálgicos especialistas e entusiastas da energia do átomo ou pesadelo dos
contemporâneos ecologistas?
Desde
que foi lançada no mar, a usina nuclear flutuante -instalada em um navio de 140
m de comprimento- viajou cerca de 5 mil km por 7 meses até ancorar para testes
de seus dois reatores, cada um com 35 GW de potência.
A
Akademik Lomonossov deixou o porto de São Petersburgo no início de maio de
2018, atravessou o Mar Báltico e margeou a costa norueguesa até alcançar Mourmansk,
no Mar de Barents, onde foi reabastecida.
Seguiu
pelo Ártico até atracar na pequena cidade de Pevek, no Nordeste da Rússia, de onde
vai gerar energia -a partir do 2º semestre de 2019- para 200 mil habitantes da
região de Tchoukotka, como também para plataformas de petróleo e gás offshore e
usinas de dessalinização.
Começou
a ser construída em 2007, a um custo estimado em quase 200 milhões de euros (~ 900
milhões de reais); foi concebida para substituir a central nuclear de Bilibino
-a mais setentrional do mundo- tornada obsoleta.
A
primeira central nuclear flutuante de que se tem notícia foi a norte americana
MH-1A, desativada em 2014. Dotada de um reator de água pressurizada, a usina
foi concebida no marco de um programa das Forças Armadas dos EUA e destinava-se a
prover energia para áreas remotas.
Mas
os Estados Unidos já consideram retomar projetos nesta área, assim como a
China, onde duas megacorporações atuantes na geração nuclear investem em
centrais sobre barcos ou plataformas marítimas, com potências de 100 a 200 MW, com
previsão de entrada em operação entre 2019 e 2020, como informa o portal francês
BMFTV.
A
central nuclear Akademik Lomonossov dispõe de reatores do tipo KLT-40S e foi
projetada para suportar tsunamis e outras catástrofes naturais de grande
impacto.
Após
a realização dos primeiros testes, “o controle dos níveis de radiação no ar constatou
a ausência de concentração atmosférica perigosa de radionucleídos”, declarou Sergei
Javoronkine, secretário do Conselho Público responsável pela segurança nuclear
na região de Mourmansk.
Segundo
a Rosatom (Agência Federal Russa de Energia Nuclear), responsável pela
supervisão do projeto e construção da usina, a ideia original era instalá-la em
São Petersburgo.
Mas
alguns estados bálticos se opuseram, assim como a ONG global Greenpeace, que denuncia
os riscos reais que a Akademik Lomonossov representa para um oceano já
fragilizado e poluído.
A
Rosatom estuda a viabilidade de exportar a tecnologia de usina nuclear
flutuante para outros países, especialmente da América do Sul, Ásia e África; em
relação a este último continente, o Sudão já formalizou uma parceria para a
aquisição de uma unidade.
Na
Ásia, o país visado é a Indonésia, cuja geografia -um imenso arquipélago-
favorece a geração nuclear offshore. Na América do Sul os países visados são Chile
e Brasil.
Mesmo
se nosso país não tivesse uma abundância de fontes de energia limpa, um governo
marcado por uma “ideologia caricatural” de extrema-direita, dificilmente
promoverá uma aproximação do Brasil com a Rússia, em prol da energia nuclear.
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