Plano deve priorizar uso de veículos elétricos, energia eólica e isolamento térmico de residências, visando ‘neutralidade de carbono’ em 2050
O governo britânico lançou ontem um programa com
diversas medidas em prol de energias renováveis e da eficiência energética em
edificações.
Ao anunciar seu plano, a chamada “revolução industrial verde”, o primeiro-ministro Boris Johnson diz que o mesmo poderá gerar até 250 mil empregos, no Norte da Inglaterra e outras regiões industriais de Midlands, Escócia e País de Gales.
Uma das medidas mais efusivas, recebida com
entusiasmo pelo parlamento, foi o final da venda de carros movidos a combustão
até 2030. A França e a Espanha, por exemplo, projetam esta proibição para 2040.
Mas o total de investimentos anunciado foi considerado insuficiente pelos partidos de oposição.
O plano de Johnson prevê um investimento público
de 12 bilhões de libras (cerca de 85 bilhões de reais), com previsão de que o
setor privado injete o triplo deste montante. A meta é que, ao final dos próximos
30 anos, as emissões de carbono líquidas sejam zeradas no Reino Unido.
Entre as medidas mais relevantes estão: aumento da capacidade eólica instalada em 300% até o final
da década; ampliar investimentos em energia nuclear e na produção de hidrogênio;
alocar 1 bilhão de libras (7 bilhões de reais) em projetos de isolamento
térmico de residências e prédios públicos; 200 milhões de libras (1,4 bilhão de
reais) em projetos de captura e estocagem de carbono; plantação de 30 mil
árvores por ano; investir pesadamente em tecnologias para reduzir emissões do
transporte aéreo; 2 bilhões de libras (14 bilhões de reais) para promover o
transporte em bicicleta e caminhadas.
O Greenpeace do Reino Unido celebrou o final da
comercialização de veículos poluentes para daqui a 10 anos, mas criticou em um comunicado as
medidas de fomento à produção nuclear e de hidrogênio “à custa de
combustíveis fósseis”.
Já o Partido Trabalhista, de oposição à coalização
governista, declarou que “se trata de uma imitação pífia do que realmente
necessitamos, com medidas requentadas; a França e a Alemanha disponibilizaram
dezenas de bilhões de euros em planos similares”.
Carolina Lucas, deputada do Partido Verde condenou
o plano de Johnson, classificando-o de insuficiente. “Parece mais uma lista de
compras do que um plano para enfrentar a urgência climática, e envolve apenas
uma fração dos recursos necessários”, declarou Lucas.
Hilary McGrady, presidente do National Trust
considera o plano uma “plataforma fantástica” para a próxima conferência das
partes, a COP 26, que deveria ocorrer no próximo mês em Glasgow, mas foi adiada
para 2021 por causa da pandemia de Covid-19.
“A tecnologia sozinha não é capaz de reduzir emissões e restaurar a natureza. O governo deve seguir este caminho e se engajar de
modo ambicioso para reduzir as emissões de carbono até 2030, conforme preconiza o Acordo de
Paris”, disse McGrady.
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