terça-feira, 19 de outubro de 2010

Ataques da mídia ao governo Lula lembram reações às políticas de Roosevelt na década de 1930, diz Delfim Netto

Para economista, “qualquer semelhança entre a agressão da mídia aos programas de Lula e as reações ao New Deal, nos anos 30, não é só coincidência”

FONTE: http://www.conjur.com.br/2008-mai-18/

No artigo ‘Similitudes’, publicado ontem no site de CartaCapital, Delfim Netto traça um paralelo histórico entre o Fome Zero, o Luz para Todos e o PAC e os programas de combate ao desemprego e à miséria que assolavam os Estados Unidos durante a Grande Depressão, causada pela quebra da Bolsa de Nova Iorque no final de 1929. 

Quando Franklin Roosevelt assumiu a presidência dos EUA, em 1933, a situação econômica do país era desesperadora, com 15 milhões de pessoas passando fome e o PIB reduzido à quase metade do que era antes da crise, afirma Delfim.

FONTE: http://images.izideal.com/img/product/6078157/l/br/a-grande-depressao/

O governo democrata de Roosevelt imediatamente implantou dois programas de peso para combater a fome e o desemprego – focados no investimento público em grandes obras de infraestrutura (principalmente hidrelétricas e projetos de irrigação para a produção de alimentos) – batizados de New Deal (“Novo Pacto”), que acabou sendo um dos pilares da recuperação da economia norteamericana.

As similitudes assinaladas pelo articulista sugerem que, assim como aqui - com Dilma Rousseff no comando das principais ações do governo - nos EUA havia um “homem-forte” à frente dos programas de Roosevelt: Harry Hopkins.

Também em analogia com a situação do Brasil de hoje, Delfim destaca que o presidente norteamericano - então com altos índices de popularidade - era poupado de ataques diretos da imprensa. A mídia republicana, como porta-voz de uma oposição conservadora que via no New Deal uma ameaça ao livre mercado, desferia seus ataques preferencialmente a Hopkins.


FONTE: http://akorra.com/blog/wp-content/uploads/2009/03/crash-of-1929/

O colunista de CartaCapital salienta que as ações do New Deal “ajudaram a salvar o capitalismo”, e justifica com uma fala do próprio Roosevelt: “os americanos voltaram a acreditar na vontade e na capacidade do governo de intervir na economia para proporcionar uma igualdade mais substancial de oportunidades”. 

Delfim Netto aponta aspectos similares da situação nos EUA em 1933 e a realidade brasileira quando Lula assumiu a presidência em 2002, com o país amargando uma taxa de desemprego de 12% e renda per capita estagnada, “após 20 anos de medíocre crescimento”.

Assim como Roosevelt ao final de seus dois mandatos, Lula vai entregar um país com uma taxa de desemprego bem menor (15 milhões de empregos a mais), com renda e consumo em alta e uma visível “recuperação da autoestima do trabalhador e uma sociedade que adquiriu condições de oferecer uma substancial melhora na distribuição de oportunidades”, conclui o professor emérito da USP.

Fonte: http://www.cartacapital.com.br/politica/similitudes

Nenhum comentário:

Postar um comentário