FONTE: Global Report on Human Settlements 2011 (ONU)
A previsão consta do Relatório Global 2011 do Programa de Assentamentos Humanos (Human Settlements) da ONU, denominado “Cidades e mudança do clima: linhas políticas”, divulgado no mês passado.
De acordo com o relatório, a população urbana global praticamente quintuplicou nos últimos 60 anos. As taxas de crescimento são tanto maiores quanto menor o grau de desenvolvimento do país; nações mais pobres já contabilizam 3/4 da população mundial.
Enquanto em cidades menores a população diminui, nos grandes centros urbanos, nas maiores metrópoles, a expansão demográfica dispara, diz o documento.
A ONU estima que o fluxo médio de migração rumo às cidades nos próximos 20 anos deverá ser de 67 milhões por ano, o que significa que 59% da população será urbana em 2030.
“Enchentes, deslizamentos e outros desastres naturais deverão afetar centenas de milhões de pessoas, em conseqüência das mudanças climáticas”, alerta Ban Ki-moon, secretário-geral das Nações Unidas.
FONTE: Global Report on Human Settlements 2011 (ONU)
Pelas contas da ONU, áreas urbanas podem responder por até 70% das emissões antrópicas de gases de efeito estufa (GEE), uma vez que nas cidades e perímetros urbanos é que se concentram as indústrias, empresas de serviço, meios de transporte e habitações.
O relatório apresenta um panorama desolador para os habitantes mais pobres das cidades: nas próximas décadas dezenas de milhões perderão suas casas em decorrência de mudanças do clima.
Apenas no litoral do norte da África 25 milhões de pessoas estarão sujeitas a inundações. O estudo prevê ainda que, na América Latina, entre 12 e 81 milhões de pessoas poderão sofrer com a escassez de água até 2020.
O documento da ONU aponta as políticas públicas necessárias para reduzir as emissões de GEE e mitigar os efeitos da mudança do clima nas grandes cidades.
Entre as medidas estão a cobrança pela circulação de veículos nas metrópoles dos países ricos (reduzir emissões e aplicar os recursos arrecadados em ações sustentáveis), a exigência da adoção de padrões de eficiência energética em novas construções e reformas de prédios públicos, e a criação de incentivos fiscais para a substituição de equipamentos de climatização antigos por outros mais eficientes e menos poluidores.
Em relação aos países pobres ou em desenvolvimento, as medidas recomendadas dizem respeito à adoção de critérios de segurança na construção de conjuntos habitacionais populares, para evitar que as inundações destruam as casas.
Era preciso que a ONU recomendasse também que a implantação das medidas de adaptação às mudanças climáticas nas urbanizações populosas mais pobres deva ser paga pelos países mais poluidores, já que os países em desenvolvimento respondem por apenas 1/4 das emissões dos países mais ricos, como diz o próprio relatório.
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