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De acordo
com o Plano Decenal 2021, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), geradores eólicos, termelétricas a biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (PCH) devem avançar
68% sua participação na matriz elétrica nacional em 2021, em relação ao que representavam em 2011:
11,8%.
Atualmente,
o setor elétrico brasileiro emite 8 vezes menos gases poluentes que o
americano, 5 vezes menos que o europeu e 12 vezes menos que o da China. É o que
menos gera emissões de CO2 entre os países industrializados e deve se tornar
ainda mais limpo, segundo as projeções da EPE.
Em termos
de potência instalada, as fontes renováveis devem
saltar neste decênio de 97 GW (giga watts) para 152 GW, com a capacidade hidrelétrica passando de 83
GW para 116 GW. Enquanto a energia de origem hidráulica convencional crescerá 40%, parques eólicos, usinas a biomassa e PCH quase triplicarão sua capacidade – passando de 13,7
GW para 36 GW –, um aumento médio de 10% ao ano.
O sistema
elétrico nacional deve ampliar sua capacidade em 56%, entre 2011 e 2021,
passando de 116,5 GW para 182,4 GW. Este expressivo avanço se deve à
construção de hidrelétricas na região Norte, parques eólicos no Sul e Nordeste
e usinas a biomassa (bagaço de cana) no Sudeste e Centro-Oeste.
Mais 33
GW de capacidade hidrelétrica convencional são previstos para 2021; ela aumentou 10%
em 2012 e deverá crescer mais 24% nos próximos 9 anos. A geração eólica é a que
mais cresce entre as renováveis não convencionais, devendo alcançar uma
capacidade de 16 GW, quase dez vezes mais do que a atual.
Segundo o
presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, o Brasil deve passar da 11ª para a 4ª ou
5ª posição mundial no crescimento anual em energia eólica. Dos cerca de 600 empreendimentos
habilitados pela EPE, 450 devem ser instalados no Nordeste e produzir 16 GW,
enquanto que o demais serão alocados no Sul, para gerar 4,3 GW.
Além da
eólica, outra fonte de energia renovável que tem despontado como promissora
para o Brasil é a solar. Para Sérgio Marques, presidente da Bioenergy – uma das
empresas que desenvolve inúmeros projetos eólicos no país – a energia solar
pode ser “a bola da vez”, assim como a eólica foi há 14 anos, quando “ninguém
acreditava que ela se tornasse competitiva”. Atualmente,
o MWh solar médio negociado no mercado nacional é 2,5 vezes maior que o MWh
eólico; ainda assim, a energia solar pode ser atrativa para alguns setores industriais do
Sudeste.
Redes
inteligentes (“smart grids”) – tecnologias da informação aplicadas ao controle de parâmetros da rede elétrica para melhorar sua eficiência – são consideradas ferramentas
importantes para impulsionar ainda mais a energia eólica e acelerar a
viabilização da energia solar, uma vez que estimulariam a micro geração de
energia. Por exemplo, um consumidor residencial poderia gerar energia com
painéis fotovoltaicos instalados em seu telhado, consumir e/ou injetar a
eletricidade solar na rede, abatendo o valor equivalente em sua conta de luz.
Em
contraste ao cenário projetado para a energia eólica, outras fontes renováveis, como PCH e termelétricas a biomassa, enfrentam problemas. As PCH
tiveram seus custos elevados em 45% nos últimos cinco anos e perdem
competitividade nos leilões desde 2009, com o MWh chegando a R$ 135, ante um MWh
eólico de R$ 99. A dificuldade de obtenção de licença ambiental tem sido um
agravante para tornar competitiva esta fonte, apesar do seu grande potencial,
estimado em 17,5 GW.
Já as termelétricas
a base de biomassa – cuja previsão é de uma capacidade instalada de 10 GW em
2021 – precisam melhorar sua eficiência para ampliar a oferta de energia,
especialmente no setor sucroalcooleiro. O potencial desta fonte concentra-se
nos estados de São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná.
Cabe destacar
que a biomassa usada para produzir combustível e eletricidade, proveniente
basicamente da cana de açúcar, gera impacto ambiental considerável (causado
pelos pesticidas e fertilizantes aplicados na lavoura). Ao contrário das energias
eólica e solar, a biomassa não pode ser considerada uma fonte propriamente
limpa.
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