Apolo Lisboa (de amarelo) e outros participantes do Projeto
Manuelzão, no Rio das Velhas, na altura do município de Santo Hipólito (MG), em
agosto de 2010
http://www.slideshare.net/agbpeixevivo/projeto-manuelzao-polignano
Apolo
Lisboa é um dos idealizadores e fundadores do Projeto Manuelzão (homenagem ao
vaqueiro Manuel Nardi, imortalizado em “Grandes Sertões: Veredas”, de Guimarães
Rosa), que busca a revitalização completa da bacia do rio das Velhas, o maior
afluente do São Francisco.
O
projeto é pautado por uma visão integral de saúde, meio ambiente e cidadania; nasceu
como atividade de extensão da Faculdade de Medicina da UFMG, onde Lisboa é
professor.
Em
1997, ano de fundação do Projeto Manuelzão, a porcentagem de esgoto produzido
na região metropolitana de Belo Horizonte, em relação ao coletado (e despejado
no rio das Velhas) era zero. Doze anos
depois, este percentual registrou a marca de 68%, como é mostrado no gráfico
abaixo.
Evolução do esgoto
tratado em relação ao coletado (%, em azul) na Região Metropolitana de Belo
Horizonte (RMBH), de 1999 a 2009. FONTE: Copasa
http://www.slideshare.net/agbpeixevivo/projeto-manuelzao-polignano
“Nossa
meta é criar um movimento internacional [pela revitalização] dos rios; na água
se vê o reflexo da mentalidade humana e das políticas industrial e agrícola”,
disse Lisboa em palestra proferida no último dia 29, no TEDxVilaMadá.
O
TEDxVilaMadá é um movimento independente, sem fins lucrativos, dedicado à
divulgação de ideias por um mundo melhor; funciona em uma escola pública no
bairro da Vila Madalena, em São Paulo.
“É
preciso retomar o papel especial das bacias hidrográficas e dos rios, como eixo
estruturante de uma política ambiental no Brasil e no mundo”, diz o ativista. A
Lei Agrícola brasileira (Lei 8.171/1991) estabelece que a unidade de gestão da
área rural é a bacia hidrográfica e, segundo Lisboa, isto não entrou nos
debates sobre o novo Código Florestal.
“O
Projeto Manuelzão trabalha com uma visão macro, e [está presente] em todas as
escolas da bacia do rio das Velhas; a mobilização social [em torno do projeto]
é muito grande e temos relações com governos que querem nos aceitar,
prefeituras e empresários; tentamos nos articular com os três segmentos
[público, produtivo e sociedade civil]”, declarou Lisboa.
O
médico, professor e ambientalista Apolo Lisboa concluiu sua palestra citando
frase do movimento Chiapas, dirigido à classe dominante mexicana: “os nossos
sonhos não cabem em vossas urnas”.
Assista
no vídeo abaixo.
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