Simulador solar para teste de
módulos fotovoltaicos
FOTO: Philippe Stroppa/Certisolis (Le Journal du Photovoltaïque No
8, Novembro de 2012)
As
tecnologias fotovoltaicas mais importantes em escala industrial são as de
silício poli e monocristalino e as de silício amorfo. Estas últimas são também usadas
em células de filme fino, assim como os compostos telureto de cádmio (CdTe),
cobre-índio-selênio (CIS) e arseneto de gálio (GaAs).
Com
matéria prima mais barata, fabricação mais simples e potencial para
atingir rendimentos superiores àqueles obtidos com tecnologia de silício
cristalino, as células em filme fino de silício amorfo prometiam se impor no
mercado.
Mas
a tecnologia pouco avançou nos últimos 20 anos e somente alguns tipos
específicos e ainda não comerciais apresentam rendimentos superiores aos das
células de silício cristalino.
O
rendimento (razão entre a energia elétrica produzida e a radiação solar
recebida) atual de células em filme fino de silício amorfo é de 6 a 7%, ante 11-13% da
célula convencional de silício policristalino. Módulos fotovoltaicos produzidos
a partir de silício amorfo, CdTe e CIS respondem por apenas 10% do mercado
mundial.
Já
o desenvolvimento de células em filme fino à base de CdTe avançou muito nos
últimos 8 anos: o custo de fabricação caiu de 3 para 0,7 dólares entre 2004 e
2011; no ano passado o laboratório americano NREL registrou um rendimento
recorde de 14,4%. No entanto, o avanço dessa tecnologia pode ser comprometido
devido à toxidade do cádmio (Cd).
Uma
nova tecnologia, que utiliza a superposição de camadas de silício cristalino e
silício amorfo, está em desenvolvimento pré-industrial na França e já apresenta
células com rendimento superior a 20%.
Arena de Montpellier, França, coberta por 19 mil
m2 de módulos fotovoltaicos com células em filme fino à base de
silício amorfo, totalizando 428,2 kWp. FOTO: Laurent Vilarem/O’Suchrue -
Architecte/A+ Archicteture (Le Journal du Photovoltaïque No 8,
Novembro de 2012)
Outra tecnologia promissora é o uso combinado de CIS e do CIGS (composto CIS com um elemento adicional, o gálio), aliando as qualidades de cada um desses materiais. O CIS apresenta boa estabilidade à radiação solar e excelentes propriedades de absorção, enquanto que o CIGS (pela presença da liga índio-gálio) permite obter maiores rendimentos.
Nos
últimos dez anos, células à base de CIS/CIGS produzidas industrialmente
aumentaram seu rendimento de 5% para 14,6%; em laboratório, já se equivalem em
eficiência às células de silício monocristalino, com valores acima de 20%. Módulos
fotovoltaicos de CIS/CIGS com rendimento entre 17 e 18% devem estar no mercado
ainda este ano.
A
pesquisa e o desenvolvimento há muito extrapolaram o elemento silício na busca
de células fotovoltaicas com maiores rendimentos. Há três décadas os cientistas
exploram outros elementos da Tabela Periódica, em forma de materiais compostos.
São ligas de germânio, carbono, arsênio, gálio e índio, entre outros.
“Uma
paleta de possibilidades se abre de forma espetacular com uma família completa
de materiais que reagem à radiação ultravioleta e ao infravermelho”, diz Daniel
Lincot, diretor do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento de Energia
Fotovoltaica da França.
Ao
captar uma banda mais larga do espectro luminoso, o rendimento da célula
fotovoltaica aumenta consideravelmente. Uma nova geração de células baseadas
neste princípio começa a despontar nos laboratórios de pesquisa.
São
as chamadas “células multijunção”, cujas camadas liberam elétrons em faixas
específicas e complementares de “comprimento de onda”, aproveitando o máximo do
espectro solar e abrindo caminho para se alcançar rendimentos extraordinários. A previsão mais otimista é que o valor pode chegar a 80%.
Enquanto
este futuro brilhante não chega, em todo o mundo a pesquisa na área
fotovoltaica concentra esforços na busca de produtos mais baratos e que
ofereçam benefícios maiores e mais duradouros. A bola da vez é ainda a
tecnologia CIS/CIGS.
Fonte: Le Journal du
Photovoltaïque, hors-série No 8, Novembro de 2012
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