Aquecimento
solar no centro de detenção de Neuvic-sur-l’Isle, na Dordogne (França): 170
coletores solares em 326 m2 pré-aquecem água de banho usada por 400 detentos;
uma economia anual de 18 mil euros em combustível (FOTO: Tecsol)
Le journal des Énergies Renouvelables Nº 217, set.-out. 2013
Le journal des Énergies Renouvelables Nº 217, set.-out. 2013
A
Agência Ambiental e Reguladora de Energia (Ademe, na sigla em francês) e associações
profissionais preparam, desde o final de 2012, um plano para revigorar o setor,
que deve ser lançado ainda este ano.
Com
pouco mais de 300 mil metros quadrados de área acumulada de coletores em 2009,
o mercado solar térmico francês viveu o seu ápice em 2010 (com 32.435 m2
instalados) e, desde então, declinou.
Em
2012, foram apenas 18,1 mil m2 de área nova – representando uma economia de
combustível fóssil de 976 tep (toneladas equivalentes de petróleo) – e, em 2013,
estima-se que este número tenha caído para 12 mil m2, uma queda anual de 30%.
Especialistas apontam como a principal causa dessa retração a falta de
competitividade dos sistemas de aquecimento solar frente aos aquecedores convencionais.
O vigoroso crescimento do setor, especialmente entre 2004 e 2009, deveria ter implicado em uma queda no custo médio das instalações solares. Mas permaneceu
estável.
“O
valor atual do kWh é em torno de 14 centavos de euro (c€),
quando deveria ser de 7 c€, a história do ovo e da
galinha”, declara Richard Loyen, representante da Enerplan – sindicato profissional
da energia solar na França.
Para
Loyen, sem preços baixos não haverá aumento da demanda de instalações coletivas
de aquecedores solares; os preços só cairão com o crescimento e a concorrência,
adverte. Já
a Ademe, em seu planejamento estratégico (publicado em 2012), revela otimismo sobre a
evolução do setor solar térmico ao horizonte de 2020.
“Simplificação
das instalações, dimensionamento adequado dos sistemas, manutenção eficaz e
sinergia entre os diversos atores permitirão reduzir o custo do kWh térmico
solar entre 30% e 50%”, diz o documento da Ademe.
Para
explorar as fontes de economia potencial já identificadas, a Ademe preparou – em
parceria com profissionais da energia solar térmica – um plano de ação para 2014, um
ano considerado crucial para o setor.
Além
de subsídios aplicados pelo conceito de ‘tep economizadas’, a concepção do plano
inclui medidas de eficiência energética nas edificações onde os sistemas solares
são instalados e exalta a geração de empregos locais.
A
meta do plano é alcançar a “paridade calor” – conceito que define o valor a
partir do qual o kWh térmico solar torna-se competitivo sem subsídio – que
depende principalmente da produtividade da instalação solar e do custo das
energias substituídas, atualmente com preços em alta.
Segundo
um estudo do Enerplan, para almejar a paridade calor, o custo do kWh solar para aplicações
individuais de água quente deveria cair (do valor atual, entre 20 e 25 c€) para 12 c€ em 2020.
Já
para instalações coletivas de água quente sanitária e climatização, o preço do
kWh solar teria que baixar pela metade, ou seja, passar dos atuais 20 c€ para 10 c€ até o final da década.
Fonte: Le Journal des Énergies Renouvelables Nº 217, setembro-outubro de 2013
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