domingo, 29 de outubro de 2017

Emissões poluentes: Brasil estoura meta prevista para 2020

Com desmatamento, emissões de gases de efeito estufa em 2016 superaram em 187 milhões de toneladas de CO2 valor registrado em 2015

http://www.dw.com/pt-br/desmatamento-na-amaz%C3%B4nia-caiu-16-afirma-governo/a-41004423

Sob o governo Temer, o Brasil retrocedeu não só em políticas socioeconômicas, mas também na questão ambiental.

O país vive uma situação esdrúxula e única no mundo: o PIB brasileiro encolhe, mas suas emissões poluentes avançam.

Ano passado o Brasil amargou uma recessão de 3,6% e, mesmo assim, emitiu 9% a mais de gases de efeito estufa do que em 2015.

O aumento de gases deletérios na atmosfera brasileira em 2016 fez com que o país atingisse o maior nível de emissões equivalentes em carbono desde 2008.

Os dados foram divulgados na última quarta-feira (25/10) pelo Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG).

A pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Ane Alencar, considera grave o cenário e diz que "a maior parte do desmatamento é ilegal e não se reflete no PIB do país".

No ranking das nações mais emissoras de gases estufa (2012), incluindo o bloco europeu de 28 países (UE-28), o Brasil ocupa a 7a posição, atrás da China, Estados Unidos, UE-28, Índia, Rússia e Japão.

As "mudanças de uso da terra" respondem por mais da metade das emissões totais brasileiras, que incluem agropecuária, energia, processos industriais e resíduos (imagem).

Histórico das emissões de gases estufa no Brasil (1990-2016), em milhões de toneladas de CO2 equivalente (MtCO2e). Fonte: SEEG http://www.dw.com/pt-br/brasil-eleva-emissões-e-se-afasta-de-meta-climática/a-41111252

Em 2016, a área de floresta amazônica diminuiu 27% e puxou as emissões relativas a mudanças de uso da terra, que cresceram 23%.

Grande responsável pelos índices macroeconômicos do país, a agropecuária -ligada fortemente à deflorestação- registrou um aumento de 1,7% na quantidade de gases poluentes emitidos em 2016.

Mudanças de uso da terra e agropecuária respondem atualmente por 74% das emissões de carbono totais.

Na Conferência das Partes de Paris (COP21, em 2015), o Brasil se comprometeu -entre outras coisas- a limitar suas emissões anuais de gases estufa abaixo dos 2,2 bilhões de toneladas de CO2 equivalentes (tCO2e), até 2020.

Estouramos a meta 3 anos antes, com a marca de 2,278 bilhões tCO2e lançados na atmosfera do planeta em 2016.

Este é o principal resultado que o Brasil vai apresentar na COP23, que acontece no próximo mês em Bonn, Alemanha. Fruto do retrocesso civilizatório protagonizado pela atual legislatura federal, por parlamentares que compõem as bancadas "da bala, da bíblia e do boi".

Com mais de 200 deputados, a bancada do boi tem cobrado alto seus "créditos de carbono", para impedir que o presidente da república e seus asseclas respondam pelos crimes que lhe são imputados.

É o Brasil nas mãos de mercenários, que ameaçam 200 milhões de seus habitantes a viver sem acesso aos benefícios que os recursos naturais e energéticos do país podem oferecer.

A continuidade da atual política ambiental é o mesmo que negar às gerações futuras um desenvolvimento socioambiental baseado em uma economia de baixo carbono, dentro de um esforço mundial em prol da atmosfera planetária.

Fonte: http://www.dw.com/pt-br/brasil-eleva-emissões-e-se-afasta-de-meta-climática/a-41111252

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