terça-feira, 7 de maio de 2019

França: uso de calor solar para climatização pode ajudar transição energética do país

Três projetos de grande porte de aquecimento solar urbano foram concebidos para diferentes regiões francesas


O aquecimento solar urbano (SDH, na sigla em inglês) é uma tecnologia comprovada e confiável. Operadores e profissionais do setor acumulam mais de 20 anos de experiência no desenvolvimento, exploração e manutenção de sistemas de SDH.

De 2007 a 2017, cerca de 300 novas instalações de SDH entraram em funcionamento na Europa, somando uma potência térmica de 350 kWth (kilo-watt-térmico).

Líder do setor, a Dinamarca dispõe de 1,3 milhões de m2 de coletores térmicos conectados a redes de calor, seguida de Áustria, Alemanha e Suécia.

A Europa acumula uma capacidade instalada em SDH de 1.100 MWth (mega-watt-térmico), com um crescimento médio anual superior a 35% nos últimos 5 anos.

Segundo o SDH Guidelines, são 187 instalações com capacidade igual ou superior a 700 kWth em operação, utilizando diferentes tecnologias solares, entre elas, coletores de placa plana, de tubo evacuado e parabólicos.

Na França, o desenvolvimento de SDH tem crescido de forma consistente desde 2014: mais de 20 redes de calor solar tem sido objeto de análise e três grandes projetos, financiados pela Agência para o Meio Ambiente e a Gestão da Energia (Ademe) e a Comissão Europeia, foram implementados em diferentes regiões do país.

No portal www.solar-district-heating.eu estão informações sobre redes de aquecimento solar urbano na União europeia; uma base de dados de duas décadas de experiência acumulada.

O portal disponibiliza os resultados de três projetos: SDHtake-off, SDHplus e SDHp2m, este último como referência para os outros dois.

As redes de aquecimento urbano são tubulações de água quente (com temperaturas abaixo de 110 oC) pressurizada ou em forma de vapor, que abastecem aquecedores de casas e edificações em núcleos urbanos.

O calor utilizado provém da incineração de lixo doméstico, da queima de combustíveis fósseis (gás, carvão ou óleo) ou de fontes renováveis, como a energia solar, biogás e geotérmica. Podem, ainda, ser abastecidas pela “cogeração” (produção simultânea de energia elétrica e calor), em centrais termelétricas.

“Em grande escala, a energia solar térmica mostra-se economicamente viável e tecnicamente madura. Daí considerarmos um elemento chave entre as diversas estratégias científicas para a transição energética na Europa, diz Thomas Pauschinger, do Steinbeis Research Institute Solites e coordenador do projeto SDHp2m.

O projeto abordou os desafios para viabilizar o mercado para uma ampliação considerável dos sistemas de aquecimento urbano, pelo aumento da participação de fontes renováveis, especialmente a solar, em centrais térmicas a combustíveis fósseis.

O SDHp2m focou suas ações na implementação de políticas avançadas e medidas de apoio ao uso em larga escala de energia solar em sistemas de climatização de aglomerações urbanas de 9 regiões europeias.

Em 2013, cerca de 1/3 das instalações de aquecimento urbano eram alimentadas com energia renovável. Com a implantação de três instalações solares de grande porte nas regiões de Juvignac, Balma e Châteaubriant, a França fica mais próxima do seu objetivo para 2020, que a participação de 50% de fontes renováveis no aquecimento urbano.

Fonte: http://www.tecsol.fr/thermique

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