sábado, 21 de maio de 2011

Participação de renováveis no consumo mundial de energia pode avançar pouco até 2050, diz IPCC

Projeção mais otimista prevê 77% da oferta global, mas pior hipótese estima que fontes renováveis podem crescer menos de 2% em relação à participação atual

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Segundo o mais novo relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), a ser divulgado brevemente, para que o cenário energético mais favorável à saúde do planeta se realize daqui a 40 anos, são necessárias políticas públicas consistentes para aumentar o uso de energias renováveis, em detrimento dos combustíveis fósseis. 

O cenário ideal desenhado pelo IPCC para 2050 significa aumentar em seis vezes a atual participação das energias renováveis. Entretanto, no pior panorama as fontes de energia limpa atenderiam a 15% da demanda mundial, ante os 13% atuais.

Por outro lado, a maioria das projeções indica que neste período a participação de renováveis na matriz energética mundial deverá superar outras fontes de baixa emissão de CO2, como a nuclear e termelétricas a carvão dotadas de sistemas de captura e sequestro de carbono (CCS, na sigla em inglês).
 
Diversos cenários analisados pelos cientistas do IPCC apontam para uma participação de renováveis superior a 50% na oferta global de energia primária. Essa expansão seria necessária para manter as emissões de gases de efeito estufa estáveis e, com isso, garantir uma temperatura da atmosfera do planeta em torno de 20oC.

Especialistas da Coppe/UFRJ, que colaboraram com o estudo do IPCC, afirmam que, entre as energias renováveis, a eólica e a solar são as que terão maior taxa de crescimento nas próximas décadas. 

Para Roberto Schaeffer, professor do Programa de Planejamento Energético da Coppe, o aumento da eletricidade nos sistemas energéticos do mundo deverá facilitar ainda mais a penetração das energias eólica e solar. 

Schaeffer explica que o predomínio da energia eólica frente às demais renováveis se deve não só à redução dos custos de geração, graças a ganhos de escala e eficiência, mas também ao fato de que esse tipo de energia já pode ser integrado sem maiores problemas à rede de transmissão e distribuição de eletricidade. 

Ele destaca que “a energia eólica crescerá mais que todas as demais fontes até 2030; a partir daí, a energia solar começará a ganhar espaço, pois terá alcançado uma escala que a tornará comparável com a eólica”.

De acordo com o Relatório do IPCC, o uso em larga escala de fontes renováveis de energia não é restringido por fatores técnicos, mas sim econômicos, de caráter ambiental e social. 

Custos de geração e distribuição mais altos que os preços de mercado e impactos sobre o meio ambiente e sobre a biodiversidade – resultantes da construção de grandes hidrelétricas e da produção de biocombustíveis – podem ser entraves para que as fontes renováveis de energia ganhem espaço nos próximos 40 anos.

O Brasil, com a predominância de hidrelétricas em sua matriz energética, a crescente expansão da geração eólica e o uso de biocombustíveis em larga escala no setor de transportes, detém uma posição privilegiada em termos de energia limpa frente a uma boa parte de países, inclusive os do BRIC, grupo a que pertence, junto com Rússia, Índia e China. 

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