Turbina
hidroeólica da central “L’Arcouest” em teste na baía de Douarnenez, Brest,
França (FOTO: Philippe Dureuil/TOMA/EDF)
A
França aposta alto na energia dos mares e oceanos. Anunciado
pelo governo em 2009 e inaugurado recentemente, o programa France Energies Marines consiste de uma gigantesca plataforma de
P&D – reunindo profissionais da indústria, pesquisadores e agentes públicos
– com o objetivo de acelerar o desenvolvimento da geração elétrica baseada em águas marinhas.
Este programa é o cerne do recém-criado Instituto de Excelência em Energias de Baixo
Carbono (IEED, na sigla francesa), que vai centrar esforços em cinco nichos
tecnológicos de origem física (e não biológica, como as algas): energia eólica offshore em base fixa, eólica flutuante,
hidroeólica, maremotriz e termodinâmica.
O IEED conta com recursos humanos (cerca de 60 pessoas) de diversos setores de atividade: pequenas e médias empresas, órgãos públicos regionais, universidades e consultorias privadas.
“O
France Energies Marines já nasce com
uma forte vocação industrial, embora o aporte à pesquisa oriundo do setor
público seja de tal importância, que o faz principal parceiro do projeto”,
afirma Vincent Denby-Wilkes, futuro presidente do instituto.
As
bases de teste que o IEED deverá apoiar comportam diversos
projetos, envolvendo distintas tecnologias. São
elas: Le Croisic (base de “houlomoteurs” – geradores elétricos que utilizam a força motora do mar – e de pequenos aerogeradores flutuantes), Paimpol-Bréhat
(base de geração hidroeólica), Bordeaux (base de geração baseada em correntes e
marés de estuário) e as bases de geradores eólicos flutuantes Fos-sur-Mer e
Groix, para condições mediterrâneas e atlânticas, respectivamente.
Brest,
na região da Bretanha, é considerada a “capital francesa das energias
marinhas” (de SYSTÈMES SOLAIRES le journal des énergies renouvelables
Nº 210/2012)
Com
2.700 km de litoral, a região francesa que abriga a maior parte dos projetos de
aproveitamento da energia do mar é a Bretanha, no Noroeste do país. A cidade
portuária de Brest é o celeiro da mão de obra que abastece as bases de teste Paimpol-Bréhat
e Groix. Quase metade dos seus 220 mil habitantes trabalham em setores ligados
ao mar.
A
região tem competências navais históricas e conta com várias instituições de
ensino e pesquisa (Instituto Francês de Pesquisa para Exploração do Mar, Universidade de Bretagne Ocidental, Escola Nacional Superior
de Técnicas Avançadas e Instituto de Pesquisa da Escola Naval, entre outras),
com cerca de 2 mil pesquisadores especialistas do oceano.
Entre os cinco projetos tecnológicos aprovados no ano passado no âmbito do IEED, três serão realizados em território bretão: Orca (turbina hidroeólica de última geração, da Alstom), Sabella (turbina multidirecional - protótipo D10) e Winflo (parque eólico com aerogeradores flutuantes, totalizando 2,5 MW).
Entre os cinco projetos tecnológicos aprovados no ano passado no âmbito do IEED, três serão realizados em território bretão: Orca (turbina hidroeólica de última geração, da Alstom), Sabella (turbina multidirecional - protótipo D10) e Winflo (parque eólico com aerogeradores flutuantes, totalizando 2,5 MW).
O
programa de P&D France Energies Marines vai
custar 133,3 milhões de euros em 10 anos, 25% financiados pelo Estado, 29% em
subsídios de governos regionais e 46% em parcerias público-privadas.
Fonte: SYSTÈMES SOLAIRES – Le journal des énergies renouvelables
Nº 210, julho-agosto de 2012
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