Adaptado de www.gover.cl/
Em educandários mantidos pela Igreja Católica na região central da Suíça imperava a ‘pedagogia do terror’, que incluía todo tipo de violência física e psicológica contra os alunos: estupro, privação, humilhação, sessões de afogamento, socos e pontapés. "Deslizes de conduta", como fazer xixi na cama ou beber água fora de hora, eram punidos com desmedida brutalidade.
É o que diz o relatório final – divulgado no último dia 3 – de um estudo encomendado pelo governo regional daquele cantão, elaborado por pesquisadores da Alta Escola Pedagógica de Lucerna (PHZ, em alemão).
Segundo o coordenador do estudo da PHZ, Markus Furrer, já se sabia dos casos de violência entre muros nos internatos, só não se imaginava a sua real dimensão. Milhares de crianças, meninos e meninas, eram sistematicamente seviciadas; seus algozes, freiras, diáconos e padres.
Quinze internatos católicos foram alvo do estudo, que centrou suas investigações no período entre 1930 e 1970. A cada ano, ingressavam nesses estabelecimentos entre 500 e 750 alunos, a maioria de origem humilde. A pesquisa teve como suporte os depoimentos de 54 ex-alunos.
Os relatos foram “amplamente negativos”; muitos dos entrevistados carregaram por toda a vida os traumas deixados pela violência dos seus educadores, sofreram depressão, outros se suicidaram, diz o relatório da PHZ.
O professor de Teologia da Universidade de Lucerna, Markus Ries – responsável pelo estudo encomendado pela Igreja – recomendou aos seus dirigentes “identificar os culpados pelos abusos”, já que os mesmos até hoje não foram interrogados; a maior parte deles permanece anônima ou já faleceu.
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