http://fr.locita.com/2012/03/26/digital/sida-un-premier-patient-gueri/
Pesquisadores britânicos desenvolveram um teste hipersensível e bem menos custoso do que os métodos convencionais usados para detectar doenças graves, como câncer de próstata e Aids.
O novo rastreador utiliza nanopartículas de ouro, que – em contato com “marcadores biológicos” presentes no sangue do paciente – alteram a cor de uma solução, visível a olho nu, que permite o diagnóstico da doença ou infecção.
A novidade foi anunciada pelos cientistas no último dia 28 e pode abrir caminho para o rastreamento em grande escala do câncer de próstata e do vírus da Aids.
De acordo com os seus inventores, o teste baseado em nanotecnologia é dez vezes mais sensível e dez vezes mais barato para ser fabricado do que os exames atuais, o que pode ser interessante para países pobres, especialmente alguns do continente africano, onde a Aids virou epidemia.
“O teste não demanda o uso de equipamentos custosos, porque a molécula investigada pode ser detectada a olho nu”, declarou à Agência France Presse, Molly Stevens, pesquisadora do Imperial College e uma das autoras do estudo.
Biomarcadores de doenças, como o Antígeno Prostático Específico (PSA), quando em contato com nanopartículas de ouro, produzem uma solução de cor azul; na ausência do PSA, a solução torna-se avermelhada.
Recentemente, a entidade oficial de medicina preventiva dos Estados Unidos condenou o PSA como método eficaz de rastreamento do câncer de próstata. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 30% dos casos deste tipo de câncer são descobertos na necropsia, indicando que muitos homens vivem com a doença sem saber da sua existência.
Embora a nova técnica precise ainda ser testada em grandes populações de pacientes – próxima etapa da pesquisa – ela pode ser uma forte aliada à prevenção do câncer de próstata, na medida em que possa ser aplicada a marcadores mais precisos que o PSA (como o HGC), que estão sendo investigados.
Graças à sua alta sensibilidade, o ‘nanoteste’ pode identificar o estágio inicial de uma infecção ou doença – despistada por falha dos métodos tradicionais – propiciando melhores possibilidades de tratamento, para portadores do vírus HIV, por exemplo.
“É vital para estes pacientes uma avaliação periódica das terapias anti-retrovirais, afim de se detectar novos casos de infecção”, afirmou Roberto de la Rica, que também participa da pesquisa com o nanodetector.
Se por um lado o novo teste pode detectar quantidades mínimas de um eventual biomarcador no sangue do paciente, ele não informa a sua concentração.
Os resultados da pesquisa de Molly Stevens e Roberto de la Rica foram publicados na revista Nature Nanotechnology, com o título “Plasmonic ELISA for the ultrasensitive detection of disease biomarkers with the naked eye”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário