segunda-feira, 11 de março de 2019

Energia nuclear: 8 anos após acidente de Fukushima, rastros de radiatividade continuam presentes

O 11 de março de 2011 marca a maior catástrofe nuclear desde o acidente de Chernobyl em 1986

https://cpb-us e1.wpmucdn.com/sites.suffolk.edu/dist/1/951/files/2015/10/FukushimaMeltdown101113.jpeg

Há exatos 8 anos, às 15:30 de uma sexta-feira, após um terremoto de magnitude 8,9, uma onda gigante destruiu reatores nucleares nas proximidades de Fukushima, cidade da costa leste japonesa.

Não bastassem os milhares de mortos e desalojados ao longo do litoral da ilha de Honshu, vítimas do tsunami, a radioatividade vazada dos reatores continua fazendo vítimas no Japão. Em 2015, foram anunciadas oficialmente 15.894 vítimas fatais.

As catástrofes nucleares são classificadas de 1 a 7, de acordo com o nível de gravidade, na chamada escala INES (International Nuclear Events Scale), elaborada pela Agência Internacional de Energia Atômica e pela Agência para a Energia Nuclear.

A história dos acidentes em centrais de energia nuclear registra vários eventos graves, com três de nível 5 (Chalk River, Canadá, 1952; Windscale, Reino Unido, 1956 e Three Mile Island, EUA, 1979) e dois de nível 7: Chernobyl (URSS, 1986) e Fukushima (Japão, 2011).

O balanço atual da catástrofe de Fukushima é pesado, com graves consequências ambientais (maior contaminação radiativa de águas marinhas já registrada), sanitárias, materiais e humanas.

Oito anos depois do acidente, entre os prejuízos contabilizados destacam-se:

- 1,12 milhões de m3 de água contaminada por radiatividade;

- 30 mil km2 de solo contaminado (mais de 8% do arquipélago);

- Cerca de 19.000 pessoas mortas;

- Entre 9.600 e 66.000 casos suplementares de câncer no Japão e em países “próximos”, como os Estados Unidos;

- 6.000 pessoas expostas à níveis perigosos de radiação;

- 160 mil pessoas evacuadas;

- 170 bilhões de euros gastos no desmantelamento dos reatores afetados, no atendimento e indenizações às vítimas e na “descontaminação” ambiental.

Apesar dos números acima, o governo japonês tem chancelado “silenciosamente” o relançamento gradual da energia nuclear no país, ao mesmo tempo em que o foco da comunicação oficial volta-se para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.

Enquanto isso, cientistas e ONGs não param de alertar sobre os perigos da energia nuclear, a exemplo do relatório The Global Crisis of Nuclear Waste, publicado recentemente pelo Greenpeace.

Quanto não se poderia investir em fontes renováveis para uma transição energética rumo a uma economia global de baixo carbono, com os recursos financeiros gastos na mitigação e prevenção de acidentes nucleares?

Fontes:
https://cdn.greenpeace.fr/site/uploads/2019/01/REPORT_NUCLEAR_WASTE_CRISIS_ENG_BD.pdf

Nenhum comentário:

Postar um comentário