terça-feira, 11 de maio de 2021

Energias renováveis no mundo: 2020 foi ano recorde de novas capacidades instaladas

Apesar da pandemia de Covid-19, expansão de instalações de geração elétrica com fontes limpas cresceram globalmente 50% mais que em 2019

https://www.enligne.sn/transition-energetique-siemens-a-lere-de-la-decarbonisation/7366/

Os dados são da Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena, na sigla em inglês), publicados no mês passado. Pelo segundo ano consecutivo, a capacidade mundial instalada com energias renováveis teve um crescimento expressivo.

Mais de 80% da nova capacidade elétrica global em 2020 utiliza energias limpas, com as fontes eólica e solar representando juntas 91% da potência adicional instalada mundo afora.

Este crescimento relativo é explicado em parte pela queda da capacidade de geração a partir de combustíveis fósseis na Europa, América do Norte e Eurásia (Rússia, Turquia, Armênia, Georgia, Azerbaijão), que passou de 64 GW em 2019 para 60 GW em 2020.

Ao mesmo tempo, a potência total instalada com energias renováveis avançou 10,3%, superando as projeções de longo prazo que previam um crescimento anual mais modesto. No final de 2020, a capacidade de geração elétrica mundial com fontes limpas somou 2.799 GW, sendo 43% de energia hidráulica.

Foram 260 GW em novas instalações de energia renovável, com 127 GW de solar e 111 GW de eólica. Maior mercado mundial de energia renovável, a China adicionou à sua matriz elétrica 136 GW, com 72 GW de energia eólica, 49 GW de solar e 12 GW hídricos.

Por sua vez, os Estados Unidos dotaram-se de 29 GW em novas instalações de energia renovável não convencional em 2020, com cerca de 15 GW solares e 14 GW eólicos, o que representa um crescimento 80% maior do que o registrado em 2019.

Em relação à expansão hidrelétrica no mundo, destaque para a China, que adicionou à sua capacidade no ano passado 12 GW, e a Turquia, com mais 2,5 GW. Já o avanço da capacidade global em bioenergia em 2020 (+ 2,5 GW) foi 40% inferior ao verificado em 2019 (+ 6,4 GW).

Segundo um estudo da consultoria Agora Energiewende e o think-thank britânico Ember, na União Europeia a energia solar cresceu 15% e a eólica 9%, enquanto a hidroeletricidade e a biomassa permaneceram estáveis em 2020. Pela primeira vez, a participação de fontes limpas na matriz elétrica europeia superou a de combustíveis fósseis: 38% da eletricidade produzida foi renovável, contra 37% de origem fóssil.

Embora o balanço global seja positivo, há uma grande disparidade entre os países do bloco europeu quanto à participação de fontes renováveis (solar e eólica) em suas matrizes elétricas. A campeã Dinamarca tem 62%, seguida pela Irlanda (35%), Alemanha (33%), Espanha (29%) e Grécia (27%). Com 10%, a França é o 15º do ranking europeu; a média dos 27 países do bloco é de 20%.  

“Apesar dos tempos difíceis, 2020 marca o advento da década das energias renováveis. Com custos em queda, os mercados de tecnologias limpas se desenvolveram, mostrando como nunca os benefícios da transição energética. Para que o objetivo de 1,5 oC [de elevação máxima da temperatura global até 2100] seja possível, os altos investimentos em energia devem ser reorientados em prol da transição energética”, declarou o diretor da Irena, Francesco La Camera.

Em seu relatório Transformação Energética Mundial – Trajetória para 2050, de 2018, a Irena afirma que “todos os países podem aumentar a participação de energias renováveis em seu consumo energético final”. A agência estima que muitos países podem elevar esta participação a pelo menos 60% até 2050.

A China, por exemplo, pode aumentar a fração de fontes limpas no seu consumo de energia de 7% em 2015 para 67% em 2050; a União Europeia, de 17% para 70%, os Estados Unidos e a Índia podem atingir 2/3 daqui a 30 anos.

Considerando apenas o setor elétrico, a parte de energias renováveis no mundo pode aumentar de 25% em 2017 para 85% em 2050, principalmente pela produção de energia eólica e solar. “Esta transformação necessitaria de novas adaptações em termos de planejamento da rede elétrica, funcionamento dos mercados, regulamentação e políticas públicas”, diz o documento da Irena.

À medida em que a eletricidade com baixa intensidade de carbono venha a se tornar o principal vetor energético, o uso final de energia deverá dobrar, passando de cerca de 20% em 2015 para 40% em 2050. Isto seria possível graças ao maior uso de veículos elétricos e de bombas de calor nos sistemas de climatização.

Até meados do século, a eletricidade renovável deverá aumentar em 2,5 vezes sua participação no consumo de energia produzida a partir de fontes limpas, alcançando quase 60% do total, segundo a Irena.

Fontes: https://www.irena.org/-/media/Files/IRENA/Agency/Press-Release/2021/Apr/IRENA-Capacity-Stats-2020_Press-Release_French.pdf?la=en&hash=AD8CA7DDEC16AFB254F78D19CE243A160B738E8A

https://static.agora-energiewende.de/fileadmin/Projekte/2021/2020_01_EU-Annual-Review_2020/A-EW_202_Report_European-Power-Sector-2020.pdf

https://www.irena.org/-/media/Files/IRENA/Agency/Publication/2018/Apr/IRENA_Global_Energy_Transformation_2018_summary_FR.pdf?la=en&hash=792E6F83EE4430DEE9C8B7424E09363A9B109547

Nenhum comentário:

Postar um comentário