terça-feira, 22 de novembro de 2011

Energia solar captada no espaço poderá abastecer a Terra, diz entidade científica internacional

Ideia é colocar em órbita gigantescos painéis fotovoltaicos e transmitir a energia para a rede elétrica via raios laser ou microondas 

Concepção de uma Central Solar Espacial (NASA)
http://pangea-yep.com/blogs/entry/-My-blueprint-to-the-future-of-solar-energy 

A Academia Internacional de Astronáutica, sediada em Paris, divulgou recentemente um estudo que aponta para um horizonte de 30 anos a possibilidade de uso da energia solar extraterrestre para atender às necessidades energéticas do planeta. 

Embora o Sol seja uma fonte inesgotável de energia – com impacto ambiental praticamente nulo – o uso eficiente desse recurso energético requer uma sofisticada tecnologia para fazer face ao seu caráter intermitente e variável. 

Latitude, sazonalidade e cobertura de nuvens são fatores que influenciam a intensidade da radiação solar incidente na superfície terrestre. Fora da atmosfera, esses fatores são suprimidos, permitindo que a energia solar seja capturada diuturnamente, com seu potencial máximo.

Por exemplo, nas regiões tropicais (as mais ensolaradas), a densidade energética média anual da radiação solar que atinge o solo (num plano perpendicular aos raios) não chega a 400 W/m2, enquanto que no espaço ela é superior a 1.360 W/m2, ou seja, 3,4 vezes maior. 

“É inegável que o aproveitamento direto da energia solar extra-atmosférica poderá ter um papel extremamente importante no suprimento energético do planeta no século XXI”, afirma John Mankins, coordenador do estudo. 

Para Mankins – que trabalhou na NASA (Agência Espacial Americana) na área de prospecção durante 25 anos – até 2040, um projeto como este poderia se tornar economicamente viável. 

O estudo não menciona o investimento necessário para a realização de um projeto comercialmente rentável, embora aponte como insuficientes eventuais recursos privados para uma tal empreitada. 

O presidente da Academia Internacional, Madhavan Mair, ex-diretor da Agência Indiana de Pesquisa Espacial, diz que o estudo foi apresentado como uma primeira estimativa de potenciais modos de se coletar a energia solar no espaço e distribuí-la na Terra por meio de transmissões elétricas sem fio. 

Já para alguns céticos, o uso direto da radiação solar espacial para gerar eletricidade é inviável, a menos que o custo para se colocar em órbita uma central elétrica comercial desta natureza seja dividido por dez ou mais. Outros entraves apontados pelos críticos são a gestão dos dejetos espaciais e a ausência de análises de mercado consistentes. 

John Mankins contradiz tais argumentos de forma otimista, sustentando que o projeto piloto de uma estação espacial internacional visando demonstrar essa tecnologia pode ser exequível, mediante o uso de veículos de lançamento de fácil reposição e baixo custo. 

A ideia de se explorar a energia solar no espaço vem sendo estudada de forma descontinuada há 40 anos,  principalmente pela NASA e o Ministério de Energia dos Estados Unidos. 

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