terça-feira, 20 de dezembro de 2011

‘Privataria Tucana’: perdas e danos para o Brasil

Amaury Ribeiro Jr mostra em seu livro que governo FHC gastou R$ 2,4 bilhões a mais do que alegou receber com privatizações

www.chargeonline.com.br

A conta que levou ao rombo deixado pelas privatizações foi feita, àquela época, pelo jornalista Aloysio Biondi, relata Amaury em “A Privataria Tucana”. Enquanto o governo FHC afirmava ter arrecadado R$ 85,2 bilhões com a venda das empresas públicas, pelas contas de Biondi o país pagou por elas R$ 87,6 bilhões. 

O prejuízo teria sido fruto de um conjunto de estratégias adotadas pela cúpula efeagacista, entre elas a de “sanear” estatais, derrubar os seus reais valores e oferecer benesses a potenciais compradores.

Assim, o governo absorveu as dívidas das empresas, promoveu milhares de demissões, autorizou empréstimo de dinheiro público (via BNDES) aos compradores e subvalorizou seus próprios títulos, para que os “interessados” os adquirissem e usassem essas “moedas podres” no pagamento, revela Amaury.

E quem ganhou com essa dilapidação do patrimônio público? A resposta certamente está nas 340 páginas do livro de Amaury Ribeiro Jr, recheadas de provas e documentos, que dão substancial credibilidade à obra, conforme declarou o respeitável jornalista de economia Luis Nassif.

Um dos personagens centrais do esquema – além do ex-presidente FHC e seu ministro de Planejamento José Serra – era o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira, gerenciador dos consórcios de privatização das telecomunicações, definido por Amaury como “chefe da lavanderia do tucanato”.

A logística operada por Oliveira envolvia a “lavagem” de dinheiro pago como propina por empresários interessados em participar dos consórcios de privatização, em operações que envolviam empresas “offshore” criadas em paraísos fiscais.

Segundo o autor de “A Privataria”, essa foi uma ajuda providencial prestada ao esquema da maracutaia por pessoas da família de José Serra, especialmente pela filha, Verônica, e seu marido. Amaury Ribeiro sustenta no livro que todos eles enriqueceram muito depois das privatizações, no final dos anos 90.

A ânsia privacionista era tamanha que a ordem de FHC era “vender tudo o que der para vender”, escreve Amaury. Para justificar a privatização de algumas estatais, o governo federal promoveu um verdadeiro desmonte dessas empresas, visando aparentá-las mais inoperantes do que realmente eram e, ao mesmo tempo, diminuir o seu preço para atrair compradores. 

Nesse ambiente dominado pela corrupção tucana, já no segundo mandato de FHC, Amaury desvenda um memorando oficial preconizando “a venda de componentes estratégicos [do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal]” ou a transformação dessas instituições em “bancos de segunda linha”.

Pelo visto, há com o que se preocupar a alcateia tucana. A velha mídia, que silencia, idem. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário