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A
conta que levou ao rombo deixado pelas privatizações foi feita, àquela época, pelo
jornalista Aloysio Biondi, relata Amaury em “A
Privataria Tucana”. Enquanto o governo FHC afirmava ter arrecadado R$ 85,2
bilhões com a venda das empresas públicas, pelas contas de Biondi o país pagou
por elas R$ 87,6 bilhões.
O
prejuízo teria sido fruto de um conjunto de estratégias adotadas pela cúpula
efeagacista, entre elas a de “sanear” estatais, derrubar os seus reais valores e
oferecer benesses a potenciais compradores.
Assim,
o governo absorveu as dívidas das empresas, promoveu milhares de demissões,
autorizou empréstimo de dinheiro público (via BNDES) aos compradores e
subvalorizou seus próprios títulos, para que os “interessados” os adquirissem e
usassem essas “moedas podres” no pagamento, revela Amaury.
E
quem ganhou com essa dilapidação do patrimônio público? A resposta certamente
está nas 340 páginas do livro de Amaury Ribeiro Jr, recheadas de provas e documentos, que
dão substancial credibilidade à obra, conforme declarou o respeitável
jornalista de economia Luis Nassif.
Um
dos personagens centrais do esquema – além do ex-presidente FHC e seu ministro
de Planejamento José Serra – era o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio
de Oliveira, gerenciador dos consórcios de privatização das telecomunicações, definido
por Amaury como “chefe da lavanderia do tucanato”.
A logística operada por Oliveira envolvia a “lavagem” de dinheiro pago como
propina por empresários interessados em participar dos consórcios de
privatização, em operações que envolviam empresas “offshore” criadas em
paraísos fiscais.
Segundo
o autor de “A Privataria”, essa foi uma ajuda providencial prestada ao esquema
da maracutaia por pessoas da família de José Serra, especialmente pela filha,
Verônica, e seu marido. Amaury Ribeiro sustenta no livro que todos eles
enriqueceram muito depois das privatizações, no final dos anos 90.
A ânsia privacionista era tamanha que a ordem de FHC era “vender tudo o que der
para vender”, escreve Amaury. Para justificar a privatização de algumas
estatais, o governo federal promoveu um verdadeiro desmonte dessas empresas,
visando aparentá-las mais inoperantes do que realmente eram e, ao mesmo tempo,
diminuir o seu preço para atrair compradores.
Nesse
ambiente dominado pela corrupção tucana, já no segundo mandato de FHC, Amaury
desvenda um memorando oficial preconizando “a venda de componentes estratégicos
[do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal]” ou a transformação dessas
instituições em “bancos de segunda linha”.
Pelo
visto, há com o que se preocupar a alcateia tucana. A velha mídia, que silencia,
idem.
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