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Os depoimentos que reproduzimos a seguir foram extraídos do artigo “O ruído virtual
do silêncio”, do jornalista Rodrigo Martins, publicado hoje no site de CartaCapital.
São manifestações de vários jornalistas e uma professora
(vale a pena conferir!) a respeito do estrepitoso silêncio da chamada grande
mídia sobre o livro “A Privataria Tucana” (Geração Editorial), do premiado jornalista Amaury
Ribeiro Jr, lançado no último dia 9. A obra é um relato documentado de mais de dez anos de investigação sobre as maracutaias das privatizações na era FHC.
Venício Lima, sociólogo e jornalista, ex-professor
da UNB: “Se esta mesma obra tivesse sido lançada dez ou 15 anos atrás, ela
poderia ter amargado um fracasso de vendas. Não fosse pela repercussão na
internet, em blogs e redes sociais, dificilmente as denúncias do livro teriam
entrado para o debate público como ocorreu.”
Bob
Fernandes, editor da e-revista Terra Magazine (três dias após o lançamento do
livro): “Os citados no livro seguem em profundo silêncio. A mídia, sempre
pronta a investigar e manchetear, como é de seu ofício, também segue em
silêncio. Um silêncio estrondoso. Se continuar assim, um silêncio revelador.”
Luis
Nassif: “Fica claro por que os jornais embarcaram de
cabeça na defesa de Daniel Dantas, Gilmar Mendes e outros personagens que os
indispuseram com seus próprios leitores. Foi um comprometimento tão amplo,
orgânico, que agora a velha mídia não repercute mais nada que deponha contra
Serra.”
Lúcia
Hippolito, comentarista da Rádio CBN: “Por favor, não gosto de ser pautada. Não
gostava na ditadura, não vou aceitar na democracia. Vou ler o livro com atenção
e comentar”.
Ricardo
Noblat, colunista de O Globo: “Vou ler sem pressa. Lula disse mais de uma vez
que a grande imprensa não forma opinião. Portanto, o livro do Amaury não
precisa de resenhas na grande imprensa para vender bem. As redes sociais se
encarregarão disso. Não é?”
Dora
Kramer, colunista do Estadão: “Se a ‘mídia golpista’ não tem a menor
importância, por que querem tanto que a imprensa comente o livro?”
Venício
Lima: “Não dá para [a grande mídia] continuar atuando como um partido político,
atacando os rivais e protegendo os amigos, porque esse tipo de postura é
denunciado na internet. Não é à toa que há muito tempo eles perdem leitores e
audiência.”
Paulo
Henrique Amorim, editor do site Conversa Afiada: “A internet ajudou a
desmascarar Serra e a imprensa golpista, que está se enterrando agarrada às
entranhas do nosso Mubarak. As farsas do tucano durante a campanha de 2010, como
o espetáculo da bolinha de papel, foram desmascaradas na web. A mídia sempre
deu respaldo às calhordices dele, e agora perdeu a credibilidade.”
Rodrigo
Vianna, jornalista e editor do blog O Escrevinhador: “O livro fatalmente
ficaria restrito aos poucos veículos de comunicação mais críticos, se os
internautas não fizessem barulho na web. [A grande imprensa] consegue derrubar
ministros e motivar investigações oficiais com facilidade, mas ela não detém
mais o monopólio da agenda pública. Não consegue mais esconder um tema como
esse.”
Rodrigo Martins, jornalista de Carta Capital: “O que a velha mídia tentou calar virou um estrondoso debate em blogs e redes sociais. Acabou o monopólio da pauta. A omissão dos principais veículos de comunicação revelou, sobretudo, a seletividade da mídia tradicional na cobertura dos escândalos políticos.”
Cristina Mara Pinheiro Pereira, professora (em comentário sobre o artigo “O ruído virtual do silêncio”, de Rodrigo Martins):
Rodrigo Martins, jornalista de Carta Capital: “O que a velha mídia tentou calar virou um estrondoso debate em blogs e redes sociais. Acabou o monopólio da pauta. A omissão dos principais veículos de comunicação revelou, sobretudo, a seletividade da mídia tradicional na cobertura dos escândalos políticos.”
Cristina Mara Pinheiro Pereira, professora (em comentário sobre o artigo “O ruído virtual do silêncio”, de Rodrigo Martins):
“Como esperar que os jovens tenham
atitude crítica e opinião formada na hora de escolher quem irá nos governar, se
lhes é negada a verdade dos fatos, justamente por aqueles que têm a obrigação
de trazê-la com isenção? Fico com nojo ao tomar conhecimento de que um Serra,
que consegue lacrimejar diante das câmeras, não ruborize em apresentar uma
filha corrupta, ladra do bem público; que o príncipe FHC encastelado em
Brasília, compactue com uma força tarefa cuja incumbência maior era desviar
nossos bens públicos, tornando-os propriedade de uns poucos. Quanto à mídia que
sonega a informação, sinta-se responsável e conivente com mais esse assalto aos
cofres do Brasil.”
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