http://ishealthy.com/the-strongest-cannabis-becomes-a-hard-drug-2-%C2%B0-part/
Pesquisadores
da Universidade Hebraica de Jerusalém desenvolveram um tipo de maconha, cujo
principal canabinoide (o THC, responsável por alterações mentais) é anulado.
A ideia
dos especialistas israelenses é produzir uma cannabis
com alto teor de CBD – o segundo canabinoide mais importante presente na planta
– de modo que sua ação no organismo seja predominante em relação
aos efeitos do THC. As
propriedades do CBD são comprovadamente benéficas para enfermos de diabetes, artrite
reumatoide e doença de Crohn.
O CBD não gera qualquer fenômeno psicológico ou psiquiátrico e reprime reações inflamatórias, sendo muito útil para o tratamento de doenças autoimunes”, afirmou a professora de imunologia Ruth Dallily, participante do estudo da universidade hebraica, em entrevista à BBC Brasil. Além disso, medicamentos à base de CBD seriam muito mais baratos que os convencionais usados no tratamento dessas doenças, diz Dallily.
O CBD não gera qualquer fenômeno psicológico ou psiquiátrico e reprime reações inflamatórias, sendo muito útil para o tratamento de doenças autoimunes”, afirmou a professora de imunologia Ruth Dallily, participante do estudo da universidade hebraica, em entrevista à BBC Brasil. Além disso, medicamentos à base de CBD seriam muito mais baratos que os convencionais usados no tratamento dessas doenças, diz Dallily.
O
Ministério da Saúde de Israel licenciou a empresa Tikkun Olam para desenvolver
medicamentos comerciais baseados em maconha medicinal, a partir de diferentes cepas
da planta. Mais de 8 mil pacientes israelenses já são tratados com cannabis, mediante receitas médicas
autorizadas pelo governo.
Novos
estudos patrocinados pelo Ministério da Saúde israelense serão realizados para
avaliar os efeitos do THC e do CBD em pacientes que sofrem dores crônicas. Dois
grupos de pacientes receberão doses de maconha com teores de THC e CBD invertidos,
em proporções máxima e mínima de cada canabinoide.
Maconha medicinal
cultivada em estufa na Universidade Hebraica de Jerusalém (FOTO: Z. Klein/BBC)
O
Brasil também já esteve na vanguarda da pesquisa científica sobre as propriedades
medicinais da maconha. Uma equipe liderada pelo médico e psicofarmacólogo
Elisaldo Carlini, da Unifesp, foi pioneira nos estudos para melhorar o efeito
terapêutico da cannabis com a mistura
de substâncias produzidas por diferentes cepas da planta.
Segundo
Carlini, remédios baseados no THC são eficazes para reduzir dores neuropáticas,
náusea e vômito provocados pela quimioterapia do câncer, no tratamento de
esclerose múltipla, entre outras doenças graves.
“Mas
nunca conseguimos tirar nada de positivo desses trabalhos aqui no Brasil para
gerar algum produto”, declarava o professor Carlini à Pesquisa FAPESP em 2010. Só
quem se beneficiou dos seus trabalhos (realizados nas décadas de 1970 e 1980)
foi a indústria farmacêutica dos países ricos.
Um
estudo feito por pesquisadores da USP de Ribeirão Preto – liderados pelo psiquiatra
Antônio Zuardi – publicado em 2011, já comprovava que a presença do CBD em
doses elevadas pode minimizar efeitos colaterais, como alterações mentais,
decorrentes da ação psicoativa da erva, causada pelo THC.
Mas o THC
tem também um forte potencial terapêutico, agindo significativamente sobre a
percepção da dor, conforme comprovam estudos do Centro de Pesquisa Medicinal da
Cannabis (CMCR, na sigla em inglês) da Universidade da Flórida.
As pesquisas do CMCR mostraram que este canabinoide psicoativo se mostrou efetivo no
combate às reações adversas dos tratamentos de câncer e neuropatia periférica
associada à infecção por HIV.
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