http://www.iea.org/media/etp/Tracking_Clean_Energy_Progress.pdf
A
Agência Internacional de Energia (IEA) prevê que em 2020 a geração elétrica
será ainda o setor de atividade com maior emissão de CO2, cerca de 36% do total
despejado na atmosfera planetária.
Uma
das tecnologias limpas que contribuem para minimizar as emissões poluentes do
setor elétrico é a solar fotovoltaica, que teve na última década um crescimento
anual médio de 42%.
Em
2010, a capacidade instalada global acumulada foi de 40 GW, suficiente para
abastecer 14 milhões de residências europeias. Deve responder por 11% da
produção global de eletricidade em 2050.
Segundo
o relatório da consultoria McKinsey & Co divulgado no mês passado,
a capacidade fotovoltaica global avançou 60% em 2011, alcançando os 65 GW.
O
mesmo estudo indicou uma redução de 40% no custo da eletricidade fotovoltaica
até 2015 e de mais 30% até 2020, e aponta países dos Brics
(Brasil, Índia e China) e Oriente Médio como alvos preferenciais do
investimento.
Atualmente,
73% do mercado global de geração fotovoltaica estão na Europa. A Alemanha é
líder mundial, com uma potência adicional acumulada em 2011 de 7,5 GW, responsável
pela produção de 18 bilhões de kWh de energia elétrica.
O
país germânico conta com cinco das dez maiores usinas solares fotovoltaicas do
mundo, que totalizam 418 MWp (mega watt pico) de capacidade instalada. As três
maiores estão na Índia (214 MWp), EUA e Ucrânia (100 MWp cada).
As
tecnologias predominantes no mercado mundial de energia solar fotovoltaica são
as de silício cristalino (85-90%) e as de filme fino (10-15%), com eficiências
entre 15 e 20% e entre 8 e 14%, respectivamente (IEA, 2008).
Seis
países europeus figuravam entre os top
ten de maiores capacidades fotovoltaicas em 2010, somando 29 GW: Alemanha
(44%), Espanha (10%), Itália (9%), República Tcheca (5%), França (3%) e Bélgica
(2%).
A
McKinsey & Co estima que novas instalações fotovoltaicas ao redor do mundo
somem entre 400 GW e 600 GW até 2030; a melhor projeção equivale a cinco vezes a capacidade total instalada no Brasil em 2011.
Instalação fotovoltaica com
tecnologia de filme fino em propriedade agrícola francesa
www.energies-renouvelables.org
Enquanto
a Alemanha lidera a produção de energia fotovoltaica global, outros países
precisam superar entraves – principalmente em relação ao investimento e à política
tarifária – para aumentar o seu lugar ao sol. A França é um deles.
Além
da queda contínua nos últimos anos do valor pago ao produtor francês pela
eletricidade fotovoltaica gerada, a regulamentação atual limita os projetos a
100 kWp, que requerem painéis com áreas entre 600 e 700 m2.
Para
Alain Ménager, diretor do SDEGM (sindicato de produtores franceses do setor de
eletricidade e gás), que implementou 17 instalações fotovoltaicas em
comunidades agrícolas, entre 2009 e 2010 – totalizando 730 kWp, com 5.300 m2 de
painéis – a política tarifária atual dificulta novos investimentos em geração
solar.
“O
preço da eletricidade deve aumentar nos próximos anos de 30 a 50%, levando o
consumidor a se interessar cada vez mais a investir em energias renováveis para
o próprio consumo”, diz Ménager. Ele defende o investimento em projetos de 3 a
6 kWp não conectados à rede elétrica, para diminuir o alto custo das
instalações atuais (entre 60 e 65 euros/kWp), que demandam longos prazos de
retorno do capital investido.
Visando
fomentar a geração fotovoltaica francesa, o Coletivo SuperWatt
(www.superwatt.fr) propõe uma série de medidas, com base na reflexão e
experiência de profissionais do setor atuando no “hexágono”.
Principais
recomendações: (a) revisão da meta oficial para a capacidade instalada em 2020,
de 5,4 GWp para 20 GWp; (b) revogação do teto anual de 500 MWp, valor 12 vezes
menor do que o estabelecido para a Alemanha; (c) diminuição dos trâmites e
custos administrativos dos projetos (2-3 vezes maiores que na Alemanha); (d)
aceleração da conexão com a rede e da remuneração ao produtor (4-6 vezes mais
demorado que na Alemanha); (e) qualificação profissional, mediante uma rede
nacional integrando os diversos níveis de formação; (f) maior parceria entre
pesquisadores e equipes de P&D da indústria.
Um
estudo do Bureau d’Informations et de
Prévisions Economiques (BIPE) e do Sindicato de Energias Renováveis (SER)
da França, mostrou que o setor solar fotovoltaico empregou no país quase 19 mil
pessoas em 2010, número que deve superar os 56 mil em 2020.
A
necessidade de aprimoramento da “rota solar fotovoltaica” na França – apontada
por diversas organizações profissionais ou independentes do setor e sistematizada pelo Coletivo SuperWatt–
reflete a experiência bem sucedida na vizinha Alemanha.
Pode servir
de exemplo para outros países que pretendam se tornar atrativos para investimentos neste tipo de
tecnologia de geração renovável, e contribuir para que em 2030 a capacidade
fotovoltaica global seja, de fato, nove vezes a atual, como prevê o
melhor cenário da McKinsey & Co.
Fontes: http://www.mckinsey.com/Client_Service/Sustainability/Latest_thinking/Solar_powers_next_shining
SYSTÈMES SOLAIRES – Le journal des énergies
renouvelables Nº 207, janeiro de 2012
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