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O setor de energia limpa deve movimentar globalmente 2 trilhões de dólares, de 2012 a 2018, e os Estados Unidos podem perder boa parte desse mercado. É o que diz o relatório Innovative, Manufacture Compete – A clean energy action plan, da ONG americana Pew Charitable Trusts, divulgado no final de 2012.
“Líder mundial em inovação e fabricação de tecnologias de energia limpa, os EUA se deparam atualmente com sérios desafios competitivos. Outros países estão ganhando terreno, inclusive ameaçando a liderança americana de longa data em inovação”, diz o documento.
De acordo com o estudo, entre 2004 e 2011, o investimento em fontes renováveis (exceto P&D) cresceu 600%, com os países do G-20 respondendo por 95% do investimento total. Na atual década, investimentos em países da África, Ásia e América Latina devem crescer entre 10 e 20%.
Em 2018, a capacidade global instalada adicional com energias renováveis (exceto hídrica convencional) deve alcançar quase 193 GW (gráfico), com predomínio da eólica (offshore e onshore) e da solar fotovoltaica (PV).
Evolução anual da capacidade instalada global com energia limpa (2012-2018). FONTE: Pike Research.
Nos Estados Unidos, projeta-se para 2018 uma capacidade nova instalada com fontes limpas de 24 GW, o dobro da registrada em 2012, mas apenas 12% da capacidade adicional instalada no mundo, ante os atuais 15% (em números redondos).
No período total avaliado (2012-2018), o país deve contar com mais 126 GW de origem renovável, com predomínio da eólica onshore, seguida pela solar fotovoltaica. Mas também com uma expansão significativa da geração termelétrica a biomassa e, com menor intensidade, da eólica offshore.
Para Dana Christensen, do Laboratório Nacional de Energia Renovável (NREL, em inglês), é preciso uma política consistente e de longo prazo para a inovação no setor de energia.
“Isto vai garantir a continuidade da queda nos custos da energia renovável e das tecnologias de eficiência energética, tornando-as mais competitivas”, declarou a pesquisadora em painel sobre política para tecnologias limpas, organizado pela Pew.
O governo americano tem apoiado um importante programa de colaboração (o SunShot Initiative) entre universidades, empresas privadas e laboratórios nacionais, visando reduzir em 75% o custo da energia solar até 2020, em relação ao valor de 2010. Assim, espera-se que este recurso renovável responda por 15 a 18% de toda a eletricidade produzida no país até 2030.
Apesar de iniciativas como esta, consultas feitas pela Pew a dirigentes da indústria americana revelam que no topo da lista de impedimentos ao avanço das tecnologias limpas no país está a falta de uma política clara para o setor.
A ONG recomenda em seu relatório seis pontos para subsidiar uma política consistente e duradoura para o setor de fontes renováveis:
1) Estabelecer um padrão de referência para as energias limpas. A Pew classifica a atual política como “episódica” e destaca que, mais do que incentivos fiscais oscilantes, a indústria precisa de apoios estáveis no curto prazo;
2) Instaurar um sistema de créditos tributários para fontes renováveis com duração limitada, mas aplicável por vários anos. Maior clareza na política, especialmente em relação a crédito fiscal para a geração eólica;
3) Aumentar significativamente o investimento em P&D na área de energia. Na 8ª posição entre os países do G-20 neste quesito, os EUA amargam o 10º lugar no ranking mundial da taxa de crescimento da capacidade instalada com energia limpa, desde 2006;
4) Nivelar o “campo de jogo” dos diversos setores energéticos, avaliando as barreiras existentes para a competitividade. É fato que todas as fontes de energia, renováveis e de origem fóssil, recebem incentivos fiscais. Mas a Pew observa que há muitas formas de nivelar o campo de jogo, tais como contabilizar o uso de água na produção de energia;
5) Renovar incentivos para a produção doméstica de energia limpa. A Pew cita um dos programas estatais (Seção 48C) que permite aumentar o crédito fiscal para o setor, contribuindo para a criação de empregos e o fortalecimento da economia “verde”;
6) Criar uma estratégia para estender a outros países o mercado de “bens de energia limpa” e serviços. O relatório ressalta que parte dos 6 trilhões de dólares a serem comercializados pelo setor até 2030 estarão em economias emergentes. Os EUA podem se tornar um exportador de tecnologia limpa, incluindo soluções de “microrredes” voltadas para países em desenvolvimento.
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