http://mediathek.fnr.de/grafiken/pressefotos/biogas.html
Obtido
pela digestão anaeróbica de matéria orgânica, o gás metano é energia renovável
que pode ajudar a matriz energética francesa a se tornar mais limpa.
É
o que indicam as previsões de especialistas sobre o papel do biogás na França.
Até 2050, o país pode aumentar em quase 20 vezes a produção de energia a partir
desse combustível verde.
Ao
contrário de outras fontes renováveis, como a eólica e a solar, o biogás não é
limitado pela intermitência, já que pode ser facilmente estocado, e conta com
uma infraestrutura de distribuição já existente.
Na França, 15% da frota de ônibus e caminhões
de lixo rodam com biogás. Na metade do século, o gás natural veicular (GNV)
responderá por quase metade da energia usada em transportes, sendo boa parte dela fornecida
pelo biocarburante.
Até
2030, quase 17% da rede de gás francesa será suprida por biogás, alcançando 22%
vinte anos depois. A produção de biometano pode chegar a 100 TWh (tera-watt-hora)
em 2050, ante os atuais 8 TWh, conforme prevê a consultoria Ademe. Mais otimista, a Solagro projeta para o mesmo
ano 150 TWh (gráfico).
Projeção da produção de biogás na França, segundo o cenário Afterres2050, da consultoria Solagro. (Adaptado de Le Journal des Energies Renouvelables Nº 215, maio-junho de 2013)
Efluentes da pecuária – ainda bem pouco explorados – e pastagens devem aumentar significativamente o potencial de metanização da França nas próximas décadas, muito mais que dejetos orgânicos.
“A
criação bovina produzirá leite, carne e energia. Os rebanhos serão reduzidos,
mas á área de pasto para alimentar digestores permanecerá constante”, explica
Christian Couturier, da Solagro.
Atualmente
na França, a cogeração (produção simultânea de calor e eletricidade) é a forma
mais rentável de uso do biogás. Exemplos não faltam.
Em
Auch, na região de Gers, 44 mil toneladas de matéria orgânica vão produzir 1,1
MW de eletricidade, capaz de abastecer 16% do consumo da cidade. O rendimento
global da instalação chega a quase 75%, com uma produção anual de 7,3 GWh de energia
elétrica e 6,8 GWh de calor.
Desde
2010, na cidade de Benet, região de Vendée, uma unidade de metanização utiliza
40 mil toneladas de rejeitos da indústria agroalimentar para produzir simultaneamente
calor, eletricidade e frio (a “trigeração”).
Com
2 MW de potência térmica dos motores de cogeração, a usina produz anualmente
12,3 GWh de calor. Água quente do circuito de resfriamento dos motores a biogás
alimenta um sistema de refrigeração por absorção de brometo de lítio-água.
No
final de 2012, o território francês contava com 285 unidades de metanização,
sendo 1/3 agrícolas e 2/3 industriais. Cerca de 50 novas instalações estão
previstas para este ano. Bem longe do que se vê na Alemanha, onde 600 unidades
de biogás são instaladas a cada ano.
Para
acelerar o ritmo de desenvolvimento do biogás na França, o governo lançou recentemente o plano Énergie Méthanisation
Autonome Azote. São 2 bilhões de euros para o setor, com vistas a implementar
130 novos projetos por ano até 2020, para atingir a meta de 1.000 instalações
no país.
Fonte: Le Journal des
Energies Renouvelables Nº 215,
maio-junho 2013
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