quinta-feira, 4 de julho de 2013

Renováveis no Brasil: leilão de energia prevê geração fotovoltaica em 2016

Perspectiva de queda substancial de custo abre caminho para participação competitiva da energia solar no país

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Apesar da abundância de sol no Brasil, a eletricidade solar sempre foi cara comparada àquela produzida por outras fontes e, portanto, “carta fora do baralho” nos certames para oferta de energia nova. 

Com a previsão de queda de 45% no custo do kWh fotovoltaico até 2018, o governo abre possibilidade à geração solar de participar do próximo leilão de energia, previsto para outubro deste ano.

O Brasil tem um potencial de energia solar gigantesco, que poderia ser aproveitado de forma massiva tanto para aquecimento, via coletores térmicos, quanto para geração elétrica, via painéis fotovoltaicos. 

Estima-se que o território nacional dispõe de 20 MW de capacidade solar fotovoltaica, que poderia ser usada principalmente para abastecer localidades remotas, nos casos em que a extensão da rede elétrica seja economicamente inviável. 

Esta fonte inesgotável de energia limpa e renovável vem sendo subutilizada (no caso da conversão térmica) ou praticamente não explorada (no caso da conversão fotovoltaica) devido ao custo da tecnologia, até então proibitivo, em relação ao de outras fontes. 

Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), o preço atual da eletricidade solar está entre R$ 280 e R$ 300 por mega-watt-hora (MWh), mas pode cair para R$ 165/MWh em cinco anos, o que tornaria a energia fotovoltaica mais competitiva nos leilões. 

Mesmo que isto pareça um contrassenso, já que em 2018 o custo da energia solar seria ainda 65% maior que o da eólica atualmente (em torno de R$ 100/MWh), com a abertura do mercado, o governo espera atrair investidores, de modo a garantir a fabricação no país de equipamentos e componentes voltados à geração fotovoltaica. 

Assim como se deu a evolução do mercado de energia eólica, o desenvolvimento da eletricidade solar no país acompanharia o avanço tecnológico mundial.

“Os painéis fabricados no leste asiático deveriam ter 20 anos de vida útil, mas estão durando apenas 2. O Brasil não quer se tornar um depósito de equipamentos de baixa eficiência”, declarou Jorge Paglioli Jobim, diretor técnico do MME. 

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, anunciou na semana passada que, além da energia solar, o leilão A-3 (com entrega a partir de 2016) prevê a participação de eletricidade produzida com resíduos sólidos. Uma novidade, que tem por objetivo “mapear” a competitividade dessas fontes, explicou Tolmasquim. 

A EPE já vislumbrava um papel relevante para a geração fotovoltaica na matriz elétrica brasileira, desde o ano passado. “O Brasil possui características naturais favoráveis, tais como, altos níveis de insolação e grandes reservas de quartzo de qualidade, que podem gerar importantes vantagens competitivas para a produção de silício com alto grau de pureza, células e módulos solares”, diz a Nota Técnica EPE, publicada em maio de 2012. 

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