Instalações fotovoltaicas residenciais na Alemanha, país que deve ter uma capacidade adicional no setor de 2 GW até 2018 http://www.pv-magazine.com/news/details/beitrag/pv-storage-market-to-reap-19-billion-by-2017_100011054/#axzz2xtO4UV1b
A consultoria global em gestão empresarial e governamental McKinsey aponta o setor residencial brasileiro como um mercado potencialmente atrativo para a tecnologia fotovoltaica.
A
demanda de eletricidade solar no Brasil seria equiparável à da Alemanha, mas a
produção de energia fotovoltaica nacional seria 60% maior que a alemã, com base
na mesma área de módulos.
David
Frankel, Keneth Ostrowski e Dickon Pinner, autores do recém-publicado artigo The disruptive potencial of solar power,
afirmam que a crise financeira, o baixo preço do gás natural, o corte de
subsídios e a enxurrada de importações de painéis chineses desafiaram a
indústria fotovoltaica, mas não minaram o seu potencial.
Ao
contrário, o setor teve um crescimento anual médio de 50% desde 2006. Na ótica
dos autores, os fabricantes de painéis solares estariam prontos para assumir um
papel ainda mais relevante no mercado global de energia.
Na
medida em que o setor fotovoltaico se expande, seu impacto na economia e sobre
os consumidores finais torna-se mais expressivo e mais abrangente, dizem os
consultores da McKinsey.
Segundo
esses analistas, a “chave” do potencial da energia fotovoltaica é a queda
acentuada nos custos dos painéis. Nos Estados Unidos, os custos dos módulos
caíram 30% de 2008 a 2013, enquanto que a capacidade instalada acumulada passou
de 1,7 GWp em 2009 para 11 GWp (estimados) ao final de 2013.
“Embora
os custos do equipamento devam continuar caindo, as maiores oportunidades estão
associadas a outros custos. [Nos EUA], gastos com instalação, manutenção,
financiamento e subsídios regulatórios representam juntos cerca de 50% do valor
de um sistema fotovoltaico residencial”, dizem os consultores da McKinsey.
Eles
estimam um custo de instalação de 2,30 USD por watt-pico (unidade de potência) em
2015 e de 1,60 USD em 2020. Em 2012, os consumidores residenciais americanos pagaram,
em números redondos, entre 12 e 17 centavos de dólar por kWh fotovoltaico
consumido (gráfico).
Potencial da geração solar
fotovoltaica nos principais mercados do mundo e nos países onde já há “paridade
rede” (análise aplicada ao setor residencial). Adaptado de http://www.mckinsey.com/insights/energy_ resources_materials/the_disruptive_potential_of_solar_power
Já é realidade em vários países europeus, além de Austrália,
Japão e Índia, conforme se vê na área mais clara do gráfico, e é apontada como
potencialmente viável no Brasil.
Conforme
indicam as linhas brancas do gráfico – “isolinhas” com valores do custo da
instalação solar (em USD por watt-pico) – no Brasil o custo médio do watt-pico
instalado sairia por menos de 4 USD, valor inferior ao praticado na Austrália,
Japão, Alemanha, Itália e Espanha, países com forte investimento em geração
fotovoltaica.
O
valor médio abaixo dos 4 mil USD por kWp, atribuído ao custo de sistemas
fotovoltaicos residenciais no Brasil, não se situa tão longe do custo atual de
instalação do kW eólico, uma fonte já bastante disseminada em nosso país.
Em
artigo publicado em 2013, os pesquisadores Nilton Lima (UFU), Antonio Penedo
(UFU), Gustavo Souza (UFAL) e Jamerson Queiroz (UFRN) afirmam que o custo de
instalação de parques eólicos no Brasil gira em torno de 3 mil USD por kW.
A
energia produzida por instalações fotovoltaicas residenciais poderia ser
injetada diretamente na rede e/ou consumida localmente, sem os custos de
transmissão requeridos na geração eólica centralizada, o que permitiria ao
usuário pagar valores próximos ao kWh eólico.
O
estudo da McKinsey coloca em evidência o potencial da energia solar
fotovoltaica em diferentes geografias e a evolução de vários mercados rumo à
paridade rede, o que justificaria o caráter “disruptivo” dessa tecnologia.
Este
termo, cunhado originalmente por C. M. Christensen em 1995 (no artigo Disruptive technologies: catching the wave),
se aplica a uma inovação, produto ou serviço que estrategicamente “rompe” a predominância
de uma tecnologia em um dado mercado.
Posto
que gerar energia em grande escala usando uma tecnologia limpa como a solar
fotovoltaica significa uma ruptura de paradigma no setor energético, o
“disruptivo” no título do artigo dos analistas da McKinsey parece
pretensiosamente bem empregado.
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