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Aerogeradores
que produzem eletricidade durante mais de 4 mil horas por ano podem ser
chamados de revolucionários.
A
evolução dos “fatores de carga” de 22 a 24%, no período de 2007 a 2013, representa
o limite das turbinas eólicas atuais.
Os
dados foram extraídos dos balanços anuais da Rede de Transmissão de
Eletricidade (RTE) francesa e, obviamente, tem relação estreita com as respectivas
condições meteorológicas.
É
sabido que o desempenho dos aerogeradores é melhor quanto maior a
intensidade dos ventos predominantes. Mas a concepção e a escolha das máquinas são também fatores determinantes.
Mesmo
se especialistas apontam um horizonte entre 10 e 20 anos para que o fator de
carga médio das instalações eólicas supere as 3 mil horas/ano, as máquinas de
última geração apresentam uma performance ainda melhor.
Fator
de carga é a razão entre a energia efetivamente produzida e aquela que poderia ser
produzida, caso a unidade (ou a central) geradora de eletricidade operasse em
condições “ideais”.
Particularmente
adaptada para aproveitar ventos fracos, as turbinas “revolucionárias” são
concebidas desde 2009 e já figuram nos catálogos de grandes fabricantes.
Elas
apresentam um fator de carga próximo de 50%, valor bem maior que o previsto para
as turbinas usuais (com base na tecnologia atual), que poderiam evoluir para alcançar uma produtividade de 34%, dentro de uma ou duas décadas.
Cada
modelo de turbina eólica é projetado para operar sob condições específicas de
vento, ou seja, é adaptado para cada tipo de localidade.
Assim,
cada máquina é qualificada para uma determinada classe de vento, conhecida na
linguagem especializada como IEC, que vai do nível I ao IV. Por exemplo,
vento de classe IEC I caracteriza-se por forte turbulência (18%) e uma
velocidade média anual de 10 m/s (medida na altura do rotor).
O
aerogerador 2,5-120 de classe IEC III, da General
Electric – considerado “padrão” – dispõe de uma capacidade para gerar 2,5
MW e tem um rotor de 120 m de diâmetro, fixado em um mastro de 130 m de altura.
Este
modelo é capaz de produzir energia com fator de carga de 3 mil horas/ano em
locais com ventos de 5,5 m/s, podendo chegar a 4,8 mil horas/ano em sítios
com ventos de 7,5 m/s.
Matthias
Willenbacher, do grupo Juwi, estima que até 2020 deva estar no mercado um novo padrão
de turbina eólica, de 2,75 MW, com fatores de carga entre 3.980 e 5.690 h/ano,
para velocidades entre 5,5 e 7,5 m/s respectivamente.
Isto
significa que essas máquinas funcionarão com potências “nominais” (de projeto)
durante 45 a 65% do tempo, sob ventos fracos ou até muito fracos.
O
professor do Instituto négaWatt (entidade francesa com foco em energia e
desenvolvimento sustentável) Bernard Chabot é o criador da expressão “revolução
eólica silenciosa”, para designar esta nova geração de máquinas.
“Dispor
de turbinas eólicas com fatores de carga tão altos, mesmo em lugares com ventos
moderados ou fracos, é mais que uma evolução, é uma ruptura qualitativa que
merece ser chamada de ‘revolução’”, declarou Chabot.
Para
o especialista, trata-se de uma “revolução silenciosa”, porque feita à margem
dos grandes programas de P&D. Ela resulta de iniciativas isoladas e vai à
contramão dos altos investimentos (estatais e privados) focados na busca por
ganhos de potência das máquinas, especialmente aquelas destinadas a parques offshore.
Esta
nova geração de turbinas propicia grande liberdade às empresas empenhadas
em desenvolver o setor. É particularmente favorável ao fomento da energia
eólica na França, já que na maior parte do seu território prevalecem ventos
fracos.
Assim, as
regiões francesas mais atraentes para a instalação de parques eólicos não se
limitariam mais àquelas próximas ao litoral, que por sinal já dispõem de um grande número de aerogeradores instalados.
Regiões
interiores, como a Champagne-Ardenes ou o Massif Central, onde predominam
ventos de baixa velocidade, passam a ser alvo do mercado eólico. Extrapolando
para todo o país, o ganho de produtividade oferecido pelas novas máquinas seria
considerável.
A
França estabeleceu como meta dispor de uma capacidade eólica instalada de 19 GW
até 2020, devendo produzir neste período 40 TWh de energia, com base num fator de carga médio
de 2,1 mil horas/ano.
Com
turbinas “revolucionárias” seria factível obter uma produtividade de 3 mil
horas/ano, o que demandaria uma capacidade de apenas 13 GW para garantir a
mesma produção energética.
Fontes: Le Journal des Énergies Renouvelables No 223, setembro-outubro 2014
O fator de capacidade tem mais a ver com o local e as condições de vento do que a máquina. Após a seleção de um bom sítio eólico, procede-se a seleção do aerogerador mais otimizador daquele sitio possivel. Lembrando em conta o fator rentabilidade (menos custo de energia por capital investido), que importa até mais que o fator de capacidade.
ResponderExcluirOk, grato pelo esclarecimento. Mas o fator de carga tem ligação direta com a rentabilidade, imagino... p. ex. se, para um mesmo local, uma turbina gira durante muito mais horas que outra (e se o capital investido na nova tecnologia não for muito maior), maior a rentabilidade da instalação. O foco do artigo é justamente o desenvolvimento 'silencioso' de turbinas para locais de pouco vento, enquanto os grandes projetos de P&D (pelo menos na Europa) centram e$forço$ nos ganhos de potência, especialmente p/ aplicações offshore.
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