terça-feira, 4 de novembro de 2014

Japão: mais 2,9 MW de capacidade fotovoltaica flutuante em 2015

Serão mais duas usinas solares sobre águas, construídas por consórcio franco-nipônico

Primeira do gênero no Japão, central solar flutuante de Okegawa, com tecnologia Hydrelio, desenvolvida e instalada pela empresa francesa Ciel et Terre.
http://floating-solar-system.blogspot.com.br/2013/08/the-inauguration-of-worlds-largest.html

A limitada disponibilidade de terrenos não é barreira para a produção de eletricidade solar no Japão. 

Mais uma usina fotovoltaica com painéis flutuantes começou a ser construída, dessa vez, no distrito de Kato.

Com 127 milhões de habitantes, o 3º maior PIB do planeta e o 10º IDH, o Japão tem uma área pouco maior que a do Mato Grosso do Sul, com uma densidade demográfica 50 vezes maior. 

Como país rico e altamente industrializado, é um devorador de energia. Seu consumo energético per capita é quase o dobro da média mundial. 

O setor energético japonês depende fortemente de importação, especialmente de combustíveis fósseis: 1º importador mundial de gás natural, 2º de carvão e 4º de petróleo. É o 3º maior produtor de energia nuclear do mundo. 

As fontes renováveis representam apenas 5,3% do consumo total de energia primária, com predominância da fonte hídrica (68%) ante as demais (biomassa, solar, eólica e geotérmica). 

Já em termos de produção elétrica, as fontes limpas representam quase 12%, assim distribuídas: hídrica 7,5%, biomassa 3,1%, solar 0,7%, eólica 0,4% e geotérmica 0,2%. 

Fatores externos (a necessidade de contribuir com o esforço global para reduzir as emissões de CO2) e internos (o acidente nuclear de Fukushima) pressionam o Japão a melhorar a qualidade de sua matriz energética, aumentando a participação de fontes renováveis. Neste contexto, a energia solar parece ter garantido um lugar de destaque.

No final de março de 2013, a capacidade fotovoltaica acumulada no arquipélago era de 1,66 GWp. Um ano depois, saltou para 7,04 GWp. Além do extraordinário incremento registrado em apenas 1 ano (5,38 GWp), o perfil de aplicações da energia solar mudou sensivelmente.

No ano fiscal anterior, as instalações residenciais representavam 58% da capacidade solar instalada; já em 2014, caiu para 29%, enquanto que as aplicações comerciais e de de geração em larga escala passaram de 42% para 81%.

Ao que tudo indica, o boom verificado entre 2013 e 2014 torna-se tendência para os próximos anos. O Japão deve continuar investindo fortemente em energia solar, especialmente na geração elétrica baseada em painéis fotovoltaicos flutuantes. 

Em julho de 2013, foi inaugurada a central solar de Okegawa (foto), até então a maior do mundo sobre águas, com uma capacidade instalada de 1,2 MWp (mega-watt pico). 

No último mês de setembro, duas empresas japonesas (Kyocera e Century Tokyo Leasing Corporation) – em parceria com a francesa Ciel et Terre – começaram a construção de mais duas centrais solares, com tecnologia de estruturas flutuantes Hydrelio. 

Uma, com potência recorde de 1,7 MWp, será instalada  próxima à Nishihira; a outra, com 1,2 MWp, em Higashihira. A entrada em operação de ambas está prevista para abril de 2015. 

Os módulos fotovoltaicos que compõem as duas centrais são de 255 Wp e a área ocupada pelos painéis é de 0,8 hectares por MWp instalado. 

A Kyocera e a Centrury Tokyo Leasing estão associadas desde 2012 e respondem pela construção de 28 usinas solares no Japão, das quais 11 encontram-se em operação. 

A opção pelo fotovoltaico flutuante justifica-se pela abundância de lagos destinados à irrigação e à gestão de inundações. Até maio de 2015, o país deverá contar com 60 MWp instalados com este tipo de tecnologia. 

Fonte: Le Journal des Énergies Renouvelables No 223, setembro-outubro 2014

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