Usina
fotovoltaica de 7 MWp, instalada em antigo ‘lixão’ de Châteaurenard, na região
de Bouches-du-Rhône (FOTO: La Compagnie du
Vent/Lionel Barbe) Le Journal des Énergies Renouvelables No
223, setembro-outubro 2014
Um
dos países europeus que mais tem investido em fontes renováveis, a França mira
terras degradadas para a produção de energia solar.
Se
usinas fotovoltaicas são importantes para fomentar a fonte solar no país, conflitos
de uso da terra, especialmente com a agricultura, devem ser evitados.
Embora
terrenos degradados e condenados – como antigos lixões – representem uma
solução consensual, nem sempre é fácil ocupá-los com centrais solares.
Uma
enquete feita pela agência de desenvolvimento Asadac Territoires em municípios
da região de Savoia revelou que, dos 30 antigos lixões sondados, 18 deles foram
ou estariam habilitados para dar lugar a parques solares fotovoltaicos.
“Antigos
lixões são sempre problemáticos; causam má impressão, não suportam fundações
para construções de porte e a maior parte deles é inadequada para a agricultura”,
declarou Richard Cécillon, consultor da Asadac, responsável pela enquete.
Nessa
ótica, as centrais solares podem ser uma boa solução para esses espaços, já que
“é uma forma de valorizá-los, levando benefícios à comunidade local, via
recursos arrecadados com o aluguel e a exploração das terras”, conclui
Cécillon.
Aliás,
segundo a agência Asadac, a população local mostra-se favorável à ocupação
desses terrenos por empreendimentos deste tipo; locais que simbolizavam
degradação, dando lugar à produção de energia limpa.
Do
ponto de vista dos realizadores de parques geradores de energia solar, os terrenos
degradados oferecem certas vantagens importantes.
Mesmo
os mais afastados dos centros urbanos, localizam-se próximos de rodovias
regionais ou nacionais, o que facilita a conexão das centrais solares com a
rede elétrica.
Em
Châteaurenard, na região de Bouches-du-Rhône, a empresa de energia Compagnie du Vent inaugurou em maio
deste ano uma usina fotovoltaica de 7 MWp, instalada numa antiga área de
descarga de dejetos agrícolas (foto).
“Os
moradores das proximidades aceitaram de bom grado a instalação solar, que poderá até
receber visitas pedagógicas. Antes, o terreno só servia de depósito clandestino de
eletrodomésticos e carcaças de automóveis”, disse o prefeito de Châteaurenard,
Bernard Reynès.
Ao
optar por antigas áreas degradadas, projetos com capacidade instalada acima de
250 kWp e que preveem a “restauração ecológica” do terreno são considerados
prioritários nas licitações.
No
entanto, dependendo do tipo de descarga que o terreno recebia e do seu tamanho,
pode haver restrições para sua ocupação com projetos de energia solar.
Áreas
com menos de 3 hectares não são elegíveis, uma vez que os custos fixos
referentes à conexão da usina à rede elétrica inviabilizam o empreendimento.
Outra
situação desfavorável é quando não há registro histórico sobre o tipo de
descarga acumulada no terreno.
Neste caso, os próprios empreendedores
postulantes são obrigados a fazer o levantamento e providenciar a
reabilitação e a segurança da área, o que pode inviabilizar economicamente a implantação
da central solar.
Fonte: Le Journal des Énergies Renouvelables No 223, setembro-outubro 2014
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