quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Charlie Hebdo: última charge de diretor era ‘premonição’

Entre as vítimas fatais do ataque à sede do jornal, quatro cartunistas emblemáticos

Stéphane Charbonnier (Charb), diretor do semanário satírico francês Charlie Hebdo, morto no atentado de hoje
http://www.lalibre.be/actu/international/charlie-hebdo-l-incroyable-premonition-du-dessinateur-charb-54ad24183570d587e328c30e

Além de outras oito pessoas, morreram no ataque terrorista à redação do Charlie Hebdo seu editor-chefe, Stéphane Charbonnier (o Charb, 47 anos) e mais três célebres cartunistas: Jean Cabut (o Cabu, 76 anos), Bernard Verlhac (o Tignous, 58 anos) e Georges Wolinski (80 anos). 

O número desta semana, publicado hoje, traz uma charge assinada por Charb, que revelou-se premonitória.

Destino: última charge de Charb dizia “ATÉ AGORA NENHUM ATENTADO NA FRANÇA”, e um caricato terrorista declarando “Calma!”, “Até o final de janeiro apresentamos nossos votos de ano novo”
http://www.lalibre.be/actu/international/charlie-hebdo-l-incroyable-premonition-du-dessinateur-charb-54ad24183570d587e328c30e

Autor de inúmeros cartuns polêmicos, o diretor do semanário parisiense já havia sofrido várias ameaças, desde a reprodução de caricaturas de Maomé, publicadas em 2006 por um jornal dinamarquês. 

Em novembro de 2011, a sede do Charlie Hebdo foi destruída por extremistas, que atearam fogo às suas dependências, em reação à publicação de uma charge alusiva ao triunfo do partido islâmico nas eleições da Tunísia . Desde então, o diretor do jornal, Charb, vivia sob escolta policial. 

Em entrevista ao Le Monde, em 2012, Charb falava do seu dia a dia, desde que tornou-se alvo de extremistas: “Não tenho filhos, nem mulher, nem carro, nem crédito. Pode parecer pomposo o que vou dizer, mas prefiro morrer de pé do que viver de joelhos”. 

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