segunda-feira, 13 de junho de 2011

Biocombustíveis: 'fim de subsídios para aumentar oferta de alimentos', propõem entidades internacionais

Organização Mundial do Comércio e mais nove organismos divulgam relatório sobre mercado de bioenergia e produção de alimentos

A quantidade de milho usada na fabricação de etanol para encher o tanque
de um veículo 4x4 daria para alimentar uma criança durante um ano
Adaptado de http://www.bigpictureblog.info/?p=120

Encomendado pelo G20, grupo dos vinte países mais ricos do mundo, o estudo (divulgado no último dia 10) trata da volatilidade dos preços dos alimentos, que seriam influenciados pelo mercado de petróleo e pelos custos da produção de biocombustíveis.

Com o petróleo em alta, se os preços do mercado de energia superam os do mercado de alimentos, a colheita vai para a produção de biocombustível, provocando um aumento no preço dos alimentos, aponta o relatório. O estudo propõe o fim das políticas de subsídio à bioenergia para frear o aumento global dos preços dos alimentos.

“Os subsídios reduzem os custos dos biocombustíveis, causando uma dependência maior entre os preços da colheita e os do petróleo”, diz o documento, que inclui também informações de técnicos do Programa Alimentar Mundial, Organização para Agricultura e Alimentação e Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O relatório recomenda ao G20 a adoção da “iniciativa de dados mundiais da agricultura” para melhorar a transparência do mercado, evitando especulações nos preços de commodities. Sugere também o fomento de reservas emergenciais de alimentos, em detrimento de “reservas reguladoras” mais caras.

Os dados desse estudo deverão fortalecer a iniciativa, endossada pela França (país que detém a atual presidência do G20), de se rever a composição do perfil energético europeu projetada para 2020 – que prevê 10% de biocombustíveis incluindo na nova meta o impacto do uso da terra. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário